terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cristão é foda

Cristãos são bichinhos engraçados por demais.



Eles citam um texto da Bíblia bem bonitinho, tipo "O Senhor é meu pastor e nada me faltará" aí quando você mostra outro não tão bonitinho assim, ou comenta sobre o suposto autor de tal texto eles te apedrejam sem pestanejar.

O espírito do cristianismo se vai facilmente. Ou seria aflora finalmente?


Histórico:
Recentemente divulgaram no Facebook um protesto contra "a lei da palmada" (que inclusive não foi aprovada), tal protesto dizia que era um absurdo proibir a palmada em um país cristão já que a Bíblia manda corrigir os filhos com vara. Disseram que os deputados estavam indo contra a Bíblia caso aprovassem tal lei e que o país deveria basear-se nos ensinos dela. Eu disse para eles que ainda bem que não temos a Biblia como base porque senão teríamos que apedrejar nossos filhos. Isso mesmo, a mesma Bíblia que manda dar varadas manda apedrejar filhos desobedientes.

Outro escreveu um salmo que dizem fora escrito por um rei de Israel chamado Davi, aí eu disse: "Davi era foda, aos 80 anos de idade ele solicitou aos empregados que trouxessem uma virgem para dormir com ele".

Eu não expressei minha opinião, apenas disse o que está lá, sim, está escrito.
Quase fui crucificado de cabeça para baixo.

Depois outro escreve um texto de Eclesiastes que diz que na vida há sempre um tempo para tudo acontecer, aí eu disse: "Salomão era tenso, tinha mil mulheres e ainda sobrava tempo para escrever".

Foi motivo para mais apedrejamento.

Aí vem os amigos destes meus amigos que comentaram isto me insultando. Ainda bem que não os conheço pessoalmente porque tenho medo de ser morto em nome de Jeová ou quem sabe, Jesus.

(Odlave Sreklow)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A NECESSIDADE DE UMA CRENÇA



Muitas vezes pensamos por que as pessoas acreditam em coisas sem nexo. Ficamos estarrecidos com a capacidade crédula de acreditar nas coisas mais estapafúrdias que tem por aí religiões, correntes, superstições, mandingas, petições online, SPAM, boatos diversos, shows de mágica, promessas de políticos e que a namorada (ou namorado, dependendo das preferências de cada um) não mentirá na próxima vez.

Afinal, por causa de que as pessoas acreditam nessas sandices todas? Por que elas ainda remetem textos ridículos de ameaças de um fantasma de uma menina de 14 anos (bem, ela teria essa idade se estivesse viva)? O fantasma fica acompanhando os e-mails e comunidades do Orkut? O que fazem então? Repassam o lixo, com um adendo “vou repassar por via das dúvidas”. Via das dúvidas? Não, meu caro. Você repassou porque se cagou de medo da mensagem. E isso vale para as outras crendices. Mas, afinal, por que as pessoas têm essas crenças?

Resposta: Não tem resposta!

Sim, eu sei que depois de ter lido os dois primeiros parágrafos, você deve estar querendo me matar por causa de uma resposta tão escrota. Lamento, mas essa é a verdade. Não temos uma resposta definitiva. As pessoas são esquisitas, mesmo.

Pode parecer que desde sempre as pessoas tiveram a necessidade de acreditar em algo. Tenho pra mim que não, não é bem assim.

Tudo bem que as pessoas sempre tiveram muitas dúvidas a respeito de tudo. Mas, uma crença não nasce do nada. Ela normalmente é passada de pessoa a pessoa. Assim, alguém teve a “brilhante” idéia, por exemplo, de dizer que as trovoadas eram causadas por São Pedro estar arrastando os móveis. De repente, falaram isso só de brincadeira. E teve gente que acreditou!

Logo, a crença veio na tentativa de dar uma explicação a um fato. Alguém estava arrastando os móveis em casa e viu a barulheira que fazia (na época, não existia Casa Bahia e os móveis eram bons e pesados). No dia da trovoada, perceberam a barulheira. De onde vem? Do céu? Quem está no céu? São Pedro. 2 + 3 =… 9! (Barulho de móvel + Barulho no céu = São Pedro!). Havia um outro motivo também, mas disso falaremos mais a seguir.

A crença surge também de uma necessidade. A pessoa tá doente e aceita qualquer coisa que lhe dêem. Até mesmo figas, galhos de arruda, imagem de Santo Onofre, ferraduras, fitinha do Senhor do Bonfim e até o escudo do Flamengo. Claro que essa pessoa vai no médico e faz um tratamento com remédios etc. A pessoa fica curada no tempo em que algum vuduzeiro tava fazendo um “tratamento” passando bosta de vaca no corpo todo. Aí, o que acontece? A idiota pessoa acha que foi a bosta de vaca que a curou. O médico? Ah, aquele charlatão só tava enchendo de remédios…

Como eu disse antes, tudo começa com alguém impondo sua opinião (muita das vezes, são opiniões idiotas, proferidas por leigos imbecis) e fazendo de tudo para que a outra pessoa faça o mesmo procedimento e execute a besteira. O pior que as besteiras até tem certo fundamento, mas podem ser danosas. Como exemplo, posso citar os efeitos colaterais de alguns anti-depressivos, como perda de peso.

Isso acontece muito com mulheres. É triste, mas é verdade.

Uma mulher encontra outra e pergunta como ela está, vê que ela perdeu peso (apesar de estar amarela, esquálida e pra lá de desanimada, mas pessoas egoístas não prestam atenção nisso). A outra mulher responde que não está muito bem, que até está sobre o efeito de remédios anti-depressivos.

Uma pessoa boa e conscienciosa perguntaria se a outra estava precisando de um ombro amigo, se necessita de algo ou mesmo não fica só nas perguntas e procura melhorar o ânimo da outra pessoa, mostrando que é amigo e que se importa. Como eu disse, egoístas não pensam nisso.

Uma mulher egoísta (não estou querendo dizer que todas as mulheres o sejam, mas me atire uma pedra quem nunca ouviu uma história semelhante) vai falar logo: “Caramba, deixa eu ver este remédio!” Aí, vê que na bula consta que realmente o remédio acarreta perda de peso.

Sabemos que a sociedade tem grande influência nos indivíduos (principalmente nos que possuem fraqueza de caráter). Logo, a dita egoísta terá a idéia “fabulosa” de se encher de anti-depressivo e vai encher o saco da amiga para que consiga uma receita. A amiga – que realmente está precisando de um amigo, mas só conseguiu “aquilo” – vai fazer de tudo para conseguir. A “amiga” vai espalhar aos 4 ventos que tem uma receita ótima para emagrecer. Outras idiotas como ela farão de tudo para conseguirem receitas (até mesmo subornar médicos do SUS, que ganham uma merreca e precisam alimentar os filhos) e assim a coisa se propaga.

Algumas até tem a coragem de pedir a químicos (!) para que estes possam arrumar o tal medicamento. Óbvio que uma simples carteira do Conselho Regional de Química não é o suficiente para uma farmácia decente vender um medicamento controlado. O químico que tem responsabilidade se recusa e ainda dá um esporro. A pessoa que acha que precisa emagrecer fica irritada com o gesto e rompe os pseudo-laços de amizade interesseira.

Eu sei bem como é isso. Já perdi 2 “amigas” por causa disso e podem estar certos: pessoas assim não me fazem falta.

As pessoas acabam se tornando viciadas em suas crenças. Como exemplo, eu citei no artigo da Campanha Diga NÃO ao Boato, onde relatei a história de um spam maluco em que eu mandei a refutação com links, visando esclarecer a pessoa. Assim como acontece com um toxicômano (aquele que é viciado em drogas, pô), a pessoa se recusa a sair do vício. Acho que deveria haver clínicas de desintoxicação de besteiras. Mas, não daria certo. Nenhuma clínica suportaria mais de 150 milhões de pessoas…

As pessoas, em fato, acreditam nas coisas porque QUEREM acreditar. Alguns acham que aquela gostosa da loja de conveniência realmente tá dando mole, que tomar os coscarques da vida realmente a isentaram de almoçar, que tomar gotinhas diluídas mais de 100 vezes superam em qualidade qualquer remédio, que a conjunção astral define os rumos de sua vida ou que jogar em roleta o fará rico sem trabalhar.

E é aqui que realmente chegamos ao ponto do porque as pessoas acreditam nessas coisas: elas têm medo.

Exatamente, M-E-D-O !!

Todas elas têm medo de algo. Seja de morrer, seja de ficar pobre pro resto da vida, não conseguir um trabalho decente, ficar virgem pra sempre e medo de sentir medo.

Ao contrário do que se pode sugerir, sentir medo não é tão ruim. O medo nos faz um grande favor: ele nos mantém vivos. Se não fosse o medo de altura, a gente chegaria perto de qualquer precipício ou treparíamos (ops) no parapeito de um prédio no 30º andar sem segurança. O medo de não passar num exame nos faz estudar e prepararmo-nos mais para as provas etc. Sentir medo é natural. Claro que muitas das vezes, o medo simples se torna uma fobia, como ter medo de subir numa escada de 3 degraus. Aí, é caso para tratar disso.

Me lembro de um filme já meio antigo: Remo, Desarmado e Perigoso. Nele, o velho chinês (ops, desculpe, Chiun: COREANO!) ensina que sentimos fome, sentimos frio, sentimos medo. O medo não pode nos fazer mal. Para isso, devemos ter cuidado. Temos medo de sermos atropelados numa via movimentada. Só o medo não fará com que um caminhão suba a calçada e nos pegue (o motorista estar tonto de sono ou completamente bêbado, sim). Se tivermos cuidado, esperando o sinal fechar e prestando atenção que os carros realmente parem, poderemos atravessar tranqüilos.

Na direção também. Se formos cuidadosos, não precisaremos de fitinha de São Cristóvão. Porque nem São Cristóvão dá jeito se algum maluco avançar o sinal de der uma porrada no meio do seu carro.

A dor, o medo e o egoísmo armam o palco para os enganadores. Enganadores que se vestem bem, andam barbeados e com cara de amiguinho.

Lembra do caso da explicação das trovoadas? Lembra do caso da “amiga” interesseira? Lembra do caso de estar necessitado? Lembra do caso do medo? Pois bem, pessoal. Juntem tudo isso, mais com um bando de espertinhos e o que você tem? 

Resposta: RELIGIÃO!

Pense: A religião é um vício em que as pessoas acreditam firmemente em fatos estapafúrdios, como cobras falantes. Até brigam e xingam (reparem nos comentários de nossos artigos). A religião explica coisas do modo mais estranho, absurdo e sem sentido; porém, de uma forma “convincente”. A religião abafa o medo do desconhecido.

Morte? Para que se preocupar? Você andará por tijolos de ouro, que nem na historinha do Mágico de Oz. Seu parente faleceu? Que pena… Mas, você poderá conversar com ele através de nossos médiuns. Você quer ganhar um emprego novo? Quer trocar de carro? Não tem problema! O que você der para a nossa igreja, Jesus te dará em dobro!

É como no caso do “conto do paco”. Chega um espertinho e oferece uma bolada de dinheiro pra sua vítima, dizendo que tem que viajar, sair, ir pro hospital etc. Pede que ela lhe dê algum dinheiro e em troca a pessoa poderá ficar com o pacote de dinheiro, cheques etc. A vítima, de olho grande na bolada, pensa que poderá lucrar em cima de quem ela julga que é um verdadeiro mané. É sempre assim.

As pessoas gritam e esbravejam que têm fé, que acreditam em seu Jesus, mas por quê? Porque no seu livrinho mágico está escrito que se eles não crerem, eles vão pro inferno e passarão o resto da eternidade lá. MEDO!

As Ovelhinhas do Senhor correm em tudo que é canto, enchendo o saco para que outros passem a crer nas mesmas sandices que elas. Por quê? Porque no seu livro diz que eles têm que evangelizar, senão vão pras profundas. Interesse egoísta. Usam de apelo sentimentalóide “por que você não acredita em meu deus, ele é bonzinho e oferece muito” (como no caso do “conto do paco”). Assim como no caso do spam, eles têm que manter viva a crença, caso contrário, cairão em si que são um bando de estúpidos (o que de fato são, mas eles não querem que saibam).

Sempre terminam com algo como “arrependam-se” e “estarei orando por vocês”. Mentira! Eles querem impor medo. O mesmo medo que sentem. Assim como uma mãe diz pra uma criança: não ande de costas porque faz mal. Faz mesmo? Se você não souber andar, realmente vai cair. Aliás, do jeito que as ruas andam esburacadas, faz mal você andar até normalmente. Faz mal andar de noite por causa dos assaltos. Muitas coisas fazem mal. E daí?

Assim como o medo não te faz mal, as crenças não ajudam. Muitos hospitais estão cheios de padres, pastores, irmãs, macumbeiros, satanistas, ateus, agnósticos etc. Crer ou não crer não fará sua situação mudar. Eu não creio em médicos. Eu sei que um tratamento vai curar se for aplicado adequadamente. Eu não creio que o médico vai me curar, porque médico não cura ninguém.

O que cura são os seus conhecimentos, sua experiência de ter visto o mesmo caso antes, de ter lido e relido e trabalhado nas mesmas condições. O que cura é o saber que a humanidade vem acumulando ao longo dos séculos, e não apenas uma besteira de acreditar que alguém falou séculos atrás que um verdadeiro devoto poderá tomar veneno e não acontecerá nada.

Muitos dizem que em sua igreja XYZ, houve milagres, que uma perna nasceu do nada, que mudo aprendeu a falar e que papagaio criou dente. Mentira! Tudo isso é baseado numa reles crença de que alguém disse que viu (e na verdade também não viu) alguém ser curado. Vá atrás, peça os exames. Onde estão? Até hoje, já ouvi esta lorota centenas de vezes. Centenas de vezes pedi os exames e laudos. Ganha um doce se adivinharem quantos me mostram a documentação.

Cada um pode crer no que quiser, não me importo. Mas, quando a história que um anti-depressivo é usado como milagre dietético, quando uma crendice faz uma pessoa abandonar médicos para seguir um pseudotratamento que acabará em morte, quando uma quadrilha usa a crença do povo para extorquir seu último centavo em troca de uma promessa vazia e ridícula e vemos pessoas agindo feito zumbis acreditando que o mundo só tem 6 mil anos que o homem veio de um punhado de barro que um deus tribal criado por um bando de pastores da Idade do Bronze largou por aí, então é hora de começarmos a mostrar que o mundo não é esquisito, as pessoas é que são crédulas, burras, interesseiras e medrosas.

São fatos. Ninguém gosta de ter que encarar o reflexo de sua personalidade em linhas escritas, mas essa é a verdade. Creia no que quiser, mas guarde para si. Tenha responsabilidade de não causar mal a ninguém. Acha que tomar cianureto vai melhorar sua garganta? Beleza. Tome 2g de manhã, à tarde e… bem, talvez não precise tomar à noite. De qualquer forma, você nunca mais terá dor de garganta. Mas, tome SÓ VOCÊ. Deixe as pessoas se consultarem com médicos de verdade. Médicos cometem erros. E daí? Você se acha especial? Pule de uma ponte com uma capa e saia voando, só assim acreditarei. No mais, acredite no que quiser. O mundo não deixará de ser mundo em função da crença dessa ou daquela pessoa.

A realidade está lá fora. As crendices só existem dentro de você.

Odlave Sreklow

VINTE COISAS PARA VOCÊ FAZER NA IGREJA



Não adianta que você diga cético, ateu ou que não acredite em espíritos, pois eu tenho certeza que ao menos uma vez na vida você recebeu a encarnação do espírito de porco. Nesses momentos de possuído, talvez você tenha vontade de ir a igreja e descarregar o espírito do porco nos pastores.

Assim, aqui estão algumas sugestões do que você poderá fazer.
  1. Dizer que teve prejuízo e dar uma nota promissória no lugar do dízimo
  2. Fingir que está possuído
  3. Pagar o Dízimo com um cheque pré datado em nome de Jesus Cristo
  4. Grite “Aleluia” fora de hora
  5. Colocar uma ratoeira dentro da sacolinha do dízimo
  6. Colocar um sapo na sacolinha do dízimo
  7. Acender um “peido-de-véia” em algum canto escondido
  8. Ir com um Walkman e gritar GOOOL no meio do Culto
  9. Deixar um despacho completo na porta da igreja e ficar observando a saída
  10. Juntar uns 15 colegas, sentar em cantos aleatórios da Igreja e gritar “Ele está chegando” durante momentos de concentração do povo.
  11. Trocar os cabos do microfone do Pastor por um iPod tocando o Créu.
  12. Colocar almofadas peidofônicas em locais estratégicos da igreja.
  13. Perguntar de quem é o velório
  14. Ir com isopor e vender salgadinhos com megafone DENTRO da igreja
  15. Puxar alguém para dançar durante um dos hinos da Igreja
  16. Gritar Toca Raul para a banda
  17. Perguntar para aquela pessoa que está mais concentrada: “O que foi que ele disse? Não entendi as últimas palavras”
  18. Soltar um ratinho branco no meio do culto.
  19. Trocar o DVD evangélico do culto por um DVD Pornô sem o pastor perceber
  20. Colocar um cocô de plástico no meio do Altar
*Este é um post de caráter humorístico e esperamos sinceramente que você não seja sem noção o suficiente para fazer isso, mas, se fizer, grave um vídeo e coloque no youtube, por favor!

Odlave Sreklow.

GRANDES NOMES DA CIÊNCIA: KANZ



O bebê de olhos escuros viu o raiar do dia. Seu murmúrio disse à sua mãe que ele estava com fome, e ela — como toda mãe zelosa — o amamentou. Aos poucos, o lindo bebê vira o rosto e começa a prescrutar o mundo e ele não sabe que será estudado por vários cientistas. Suas habilidades serão observadas e até pelo modo como ele pensa. Isto porque Kanzi, o bonobo, mostra como são pequenas as diferenças entre fera e homem.


Kanzi nasceu em 28 de outubro de 1980, no mesmo ano que o urso Misha chorou nas Olimpíadas de Moscou. Ele seria como mais um macaco idiota, se idiotas fossem os macacos. O fato de alguns humanos agirem como idiotas não é culpa da ordem dos Primates. Sabendo que a variação genética está entre 2 e 10%, estamos bem cientes de onde está o problema. De qualquer forma, macacos não são idiotas, pois são capazes de fazer ferramentas, pescam, guerreiam e espalham notícias (ok, a parte da guerra reflete certo grau de estupidez).

Kanzi pertence à raça dos bonobos (Pan paniscus), os quais são muitas vezes — e de forma errônea — chamados de “chimpanzés-anão”, sendo que há muitas diferenças entre eles, principalmente em termos de comportamento. Enquanto chimpanzés são mais violentos, sexistas, xenófobos e belicosos (lembraram-se de alguém?), bonobos são pacíficos, mantendo uma sociedade calma, ordeira e gentil, onde as pessoas dão mais ênfase ao comportamento homo ou bissexual de seus integrantes do que o modo como os membros de sua sociedade interagem mutuamente.

Como? Você não sabia que animais tidos como “irracionais” apresentam como homossexual? Que coisa, né? (agora, algum idiota vem aqui dizer que eu chamei homossexuais de “irracionais”, já que interpretação de texto não é pra qualquer um.)

CriaBURRIcionistas idiotas (desculpem o pleonasmo) normalmente enchem o saco pedindo por elos perdidos, perguntando porque macaco não vira mais gente, fazendo relações idiotas e se achando os supra-sumos da imtelijênça ao repetir besteiras desde o tempo de Huxley. Obviamente, quando se coloca links como os que demonstrei acima, eles são formalmente ignorados e continuam repetindo a mesma ladainha, quais papagaios.

Kanzi — cujo nome significa “tesouro”, em swahili — nos dá um vislumbre da evolução da inteligência humana. Há muitos anos ele vem sendo estudado por cientistas, como a drª Sue Savage-Rumbaugh, primatologista que estuda processos de linguagem de símios, utilizando para isso lexigramas, isto é, representações simbólicas visuais de palavras, semelhantes a ideogramas japoneses (eu disse “semelhante” e não “igual”). Kanzi possui um vocabulário próprio de cerca de 200 palavras, mas é capaz de entender bem mais; em outras palavras, ele é capaz de ler o Cet.net e interpretar os textos melhor que muito paraquedista que aparece aqui tentando me corrigir. E eu nem vou compará-lo com comentaristas do YouTube ou do Yahoo! Respostas.

O The Telegraph nos brinda com uma coletânea de fotos mostrando Kanzi preparando seu almoço, e quando eu falo isso, falo no sentido literal, pois ele pegou a lenha, acendeu o fogo e cozinhou sua comida, mostrando como a dieta dozida faz uma grande diferença e, parar horror dos vegans, não foi saladinha que ele comeu. O Daily Mail também trouxe uma matéria sobre isso.
Assim, não vale! Ele não fez o fogo com dois gravetos ou atritando duas pedras, ele usou fósforos, blé!
Você não está errado, só que pensemos que ele usou ferramentas de forma adequada. Ele sabia o que estava fazendo, acarretando que o simples processo pavloviano não bastou. Ele teve que recolher o material e usar os meios que dispunha de FAZER a comida, coisa que ele efetivamente fez.

O trabalho com Kanzi rendeu até mesmo um livro de nome Kanzi: The Ape at the Brink of the Human Mind (Kanzi: O símio à beira da mente humana), e a drª Savage-Rumbaugh até mesmo falou sobre isso no TED.
A capacidade de controlar o fogo representa um passo evolutivo importante que ajudou a melhorar a dieta dos seres humanos, impulsionando-nos em nosso desenvolvimento cognitivo, acarretando no desenvolvimento de cérebros maiores, mais sofisticados e desenvolvendo meios de comunicação, e, eventualmente, a conquista de nosso mundo. Kanzi demonstrou não ter medo da tecnologia nem de uma nova fronteira que se desenhou frente a ele. Ele não toucou o monolito negro, ele fez um próprio para si.

Kanzi não é cientista, omo pensamos nos cientistas atuais, mas ele mostrou-se à altura da aventura humana em termos de técnica e conhecimento. É capaz de se comunicar e usar ferramentas e, ao menos até agora, não demonstrou nenhum desejo de exterminar outros macacos próximos a eles. Kanzi, então, nos ultrapassou em termos de evolução e, por isso, deve ser visto como um ícone, mas não um irmão. Ele é muito melhor que isso.

Esta é a postagem de fim-de-ano do Ceticismo.net. A todos vocês que nos acompanharam ao longo de mais 365 dias, fica-se o desejo que nós possamos ser como Kanzi, sem ter medo do futuro, sem ódio, sendo capazes de interagir com nossos semelhantes (ou não tão semelhantes assim), usando recursos que estiverem ao nosso alcance, sem destruir tudo (ou todos) em volta.

Fica aqui um agradecimento a todos os que nos acompanharam, comentaram, criticaram e até mesmo xingaram (já que estes são fontes de divertimento) por todo este ano. Espero tê-los aqui neste canto, onde sempre traremos assuntos relevantes (ou nem sempre), com nosso modo habitual de divulgar a Ciência e o pensamento crítico.

Feliz 2012, pessoal… ou pelo menos até o dia 21 de dezembro.


Esta postagem foi baseada num tuito do Cardoso
Para saber mais:


Fonte: http://ceticismo.net/2011/12/31/grandes-nomes-da-ciencia-kanzi/

Odlave Sreklow.