quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um adultério e nada mais





Cada dia que passa, cada dia a mais que meu corpo biológico trafega nesta estrada rumo ao agora, mais convicto fico de que a religião é refúgio daqueles que querem fugir de sua própria realidade.

Sim, muitos precisam de uma realidade paralela, de uma quarta dimensão, de que existam marcianos e, principalmente que sejam inferiores a nós, que para mim, somos apenas os mais idiotizados dos animais.

Sim, precisamos de uma religião, principalmente para esconder o quão vis e desonestos somos.

Desonestes muitas vezes com nós mesmos.

A igreja é lugar para fracos, para aqueles que não conseguem tocar a vida tal qual ela é.

Precisamos sim, de ternos e gravatas, ternos estes que escondem nossos adultérios.

Precisamos sim, de saias grandes, saias estas por onde sobem pelas nossas coxas as mãos daqueles que não são nossos maridos.

Precisamos de pessoas que mesmo tão diferentes de nós, possamos chamar de irmãos/irmãs, pessoas com quem possamos reunir para nos sentirmos fortalecidos, para que nossa fé seja fortalecida, nossa fé que nada mais é que uma grande ilusão.

Precisamos estar juntos, mesmo que por alguns minutos, pois após o horário da reunião cada um segue para sua casa e não mais nos vemos até o próximo encontro.

Precisamos desta vida dupla.

Precisamos deste adultério contra a razão, a moral e o caráter.

Precisamos de pessoas que sejam piores do que nós, para assim nivelarmos o quão melhores somos que elas.

Muitos vão se enganando no caminho da ignorância patente e dizem:
"Ahh, eu cometo adultério, mas no domingo pela manhã sou perdoado, porque Deus é amor".

Muitos precisam dizer "Senhor, Senhor".

Coitado destes, que não conseguem enxergar simplicidade no olhar da criança, que espera ansiosa por sua chegada. Coitados destes que não sabem valorizar o ser humano que escolheram para estar junto.

Não, minha fé é oposta.

Conhecida como negação da fé.

Não acredito em perdição e castigo eternos, mas creio na vida e no agora, por isso para mim, um minuto ao lado de quem amo, um minuto ao lado daquela a quem jurei amor eterno mesmo ainda em minha loucura religiosa, para mim, este minuto vale mais que mil anos ao lado de dezenas de outras mulheres.

Não, não creio em Deus, mas creio em mim.

Nego a crença em cada um dos deuses que querem dominar minha vida.

Me sinto livre, livre para não cometer assassinatos, livre para não roubar, livre para não adulterar, mesmo que seja apenas um adultério e nada mais.

Odlave Sreklow.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Lei




A Lei
Raul Seixas


Todo homem tem direito de pensar o que quiser.

Todo homem tem direito de amar a quem quiser.

Todo homem tem direito de viver como quiser.

Todo homem tem direito de morrer quando quiser.

Direito de viver, viajar sem passaporte.

Direito de pensar, de dizer e de escrever.

Direito de viver pela sua própria lei.

Direito de pensar de dizer e de escrever.

Direito de amar, Como e com quem ele quiser.

A lei do forte.

Essa é a nossa lei e a alegria do mundo.

Faz o que tu queres ah de ser tudo da lei.

Fazes isso e nenhum outro dirá não.

Pois não existe Deus senão o homem.

Todo o homem tem o direito de viver a não ser pela sua própria lei.

Da maneira que ele quer viver.

De trabalhar como quiser e quando quiser.

De brincar como quiser.

Todo homem tem direito de descansar como quiser.

De morrer como quiser.

O homem tem direito de amar como ele quiser.

De beber o que ele quiser.

De viver aonde quiser.

De mover-se pela face do planeta livremente sem passaportes.

Porque o planeta é dele, o planeta é nosso.

O homem tem direito de pensar o que ele quiser, de escrever o que ele quiser.

De desenhar, de pintar, de cantar, de compor o que ele quiser.

Todo homem tem o direito de vestir-se da maneira que ele quiser.

O homem tem o direito de amar como ele quiser, tomai vossa sede de amor, como quiseres e com quem quiseres.

Há de ser tudo da lei.

E o homem tem direito de matar todos aqueles que contrariarem a esses direitos.

O amor é a lei, mas amor sobre vontade.

Os escravos servirão.

Viva a sociedade alternativa.

Viva Viva.

Direito de viver, viajar sem passaporte.

Direito de pensar de dizer e de escrever.

Direito de viver pela sua própria lei.

Direito de pensar de dizer e de escrever.

Direito de amar, como e com quem ele quiser.

Todo homem tem direito de pensar o que quiser.

Todo homem tem direito de amar a quem quiser.

Todo homem tem direito de viver como quiser.

Todo homem tem direito de morrer quando quiser...




Odlave Sreklow.

Imagem: http://www.quemdisse.com.br/autores/raulseixas.jpg

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Rede de relacionamentos



A necessidade de se relacionar com outras criaturas de mesmo espécime foi um dos fatores que auxiliaram na evolução do ser humano.
Alguns poderiam dizer que "Deus não nos fez para vivermos solitários", outros poderiam dizer que "nossos antepassados símios viviam em bando", de qualquer forma, a vida em comunidade fez com que o ser humano evoluísse biologicamente e, principalmente, intelectualmente (que não deixa de fazer parte da evolução biológica, óbvio, rsrs).

A necessidade de não se ver só neste universo levou a imaginação humana à transcender do âmbito real, fazendo com que criasse para si, mundos, universos e dimensões paralelas.

Nossos antepassados já utilizavam-se de substâncias alucinógenas que auxiliavam no processo de evolução sobrenatural e psíquica dos relacionamentos extra-humanos.

Mas quem gosta de se sentir só? Ninguém.

Quando nascemos, somos apresentados à nossa primeira rede de relacionamentos, nossa família.

Com o passar do tempo, esta rede vai se ampliando, porém, ao mesmo tempo que amplia-se, também perde alguns personagens.

Quando começamos a andar, adicionamos à nossa rede alguns outros familiares, vizinhos, amigos dos nossos pais e alguns outros personagens.

Em alguns destes momentos, seres imaginários são adicionados à nossa rede de relacionamentos.

Quando entramos para o jardim de infância, agregamos à nossa rede novos amiguinhos. Quando mudamos de classe, perdemos o contato com alguns, mas são adicionados novos.

Nossa rede de relacionamentos é dinâmica, contínua.

Quando entramos no ensino fundamental, perdemos antigos e ganhamos novos integrantes em nossa rede.

O processo é semelhante à morte e ressurgimento de novas células a que está submetido nosso corpo.

Aí vem o relacionamento amoroso, o primeiro emprego, a troca de emprego, a troca de parceiro, onde a nova namorada ocupa o lugar da antiga.

Chegamos ao ensino médio, depois faculdade, o ciclo continua em sua incansável adição e subtração de membros.

Quantos integrantes dessa rede pode ser mantido pelo nosso cérebro?

Idade, sexo, preferências, gostos, manias, tudo armazenado, de cada pessoa.

Sem falar dos fatos e atos que acontecem em nossos relacionamentos, cada um com uma ligação única (ou não).

Muitos se foram, muitos chegarão, mas, quem realmente permanecerá?

Quem nós escolhemos para fazer parte de nossa rede de relacionamentos atual?

Neste dia? Agora? Neste momento?

Quem é importante para nós?

Para quem nós somos importantes?

De fato, a solidão eleva o homem à mais alta idealização da inexistência.

A necessidade de companhia fez o homem criar seres imaginários.

Seres que pudessem observá-lo, assim, esses seres poderiam recitar frases como "Você não está sozinho", "Eu estou contigo", "Eu te ajudo e te guardo", "Eu morri por você".

Neste século ainda existem pessoas que esquecem de se relacionar com aqueles que estão próximos, e enchem seus perfis do Orkut, Facebook e afins de "amigos". Onde estão todos eles?

Com quantos destes acordo pela manhã? Com qual deles pego o ônibus? A qual deles dou carona? Almoço com algum deles? Fim de semana no bar, tomo cerveja com algum deles?

Amigos, amigos, amigos.

Quem disse que são para sempre estava mentindo.

Para sempre na memória? Não, é exigir demais de nosso cérebro semi-evoluído.

Nós temos amigos momentâneos, sim, eles nem sempre estarão ali.

De vez em quanto temos que reavaliar nossa rede de relacionamentos.

Passar a considerar quem realmente está integrando esta rede hoje, agora.

Quem faz parte de sua rede de relacionamentos? Por onde você começaria?
Esposa, filhos, pais, parentes, colegas de trabalho, amigos, etc. Qual é o primeiro ponto da rede? Onde ela termina?

Temos oportunidade de nos relacionar com gente, de conversar, rir, chorar.

Para que então a busca incansável de um relacionamento com seres inexistentes? Para que viver forçando sua mente, obrigando-a a crer em algo que ela não pode afirmar, não pode observar. Utilize seu cérebro para pessoas e coisas reais.

Nosso cérebro aprende com a experimentação.

Olha, uma maçã, o gosto, o cheiro, a cor. Pronto, aprendido, isso é uma maçã.

Agora pense, olhe, um Deus, um anjo, um demônio, um gnomo, um duende, um unicórnio rosa.

Onde? Cadê? Qual a cor? Qual o cheiro? Preciso gravar, memorizar. Não tem? Vou ter que jogar para a parte do cérebro onde são jogadas as coisas indefinidas, vai ficar marcado como "pendente". Haveria um lugar reservado para estes seres místicos em nossa memória?

Alguém poderia falar aqui então de amor, tristeza, ódio. Tais itens não podem ser comparados à deuses devido ao fato de que "amor" sentimos quando vemos alguém que desperta em nós algo que envolve nosso sistemas biológicos, gerando sensações. Tristeza, quando somos acometidos de informações ruins, ódio, quando cresce em nós o desejo de fazer o mal.

Digo isto porque é comum fazerem comparações de divindades com sentimentos, tipo "Se Deus não existe, então, o amor também não existe, porque da mesmo forma que não se toca ou vê Deus, não se toca ou vê o amor".

Que tal desfragmentar a memória e ver se organizamos um pouco a casa de vez em quando?

Boa noite Odlave.


Odlave Sreklow.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Como um religioso imagina que seja o dia de um ateu.



Dia de um ateu segundo um religioso:


Huaaaaaaaa (boceja o ateu).

Que belo dia.

Considerando que Deus não existe, o que irei fazer hoje?

Bom, claro, devo começar pelo café da manhã.

Hum, que belo sanduíche de carne de criancinhas... este suco de cérebro humano está ótimo.

Já sei, após o café da manhã vou procurar algumas senhoras idosas para roubar suas bolsas, é divertido, elas morrem de medo, implorando pelo amor de um deus que afinal de contas não existe.

Depois passo no banco e pratico um assalto, já que não trabalho mesmo e preciso de dinheiro para sobreviver.

Em seguida vou ligar para uns amigos e agendar uma transa grupal. Uma bela pedida.

Depois vou passar no bar, já que estou com grana e vou beber bastante, mas não muito porque como diz o ditado "de bêbado não tem dono".

Prefiro não arriscar.

Em seguida vou procurar algumas pessoas para espancar, principalmente mais fracas que eu.

Na hora do almoço, vou entrar em um restaurante, comer e ir embora sem pagar porque sou muito malvado.

Chegando em casa vou bater na minha mulher até sangrar, já que não tenho gezuis no coração.

Antes, quem sabe, encontro algumas virgens na rua para poder estuprar.

Nesta tarde não posso esquecer de ligar confirmando a suruba.

Chegando em casa, como é de praxe, vou participar da transa homossexual que já deve estar rolando em meu quarto (esta é básica nos comments de evangélicos sobre ateus nos blogs por aí).

Não posso esquecer de me masturbar e jogar o esperma no chão já que não considero que deus disse para não fazer isso em um dos livros dos judeus.


E no final do dia:

Será que é o suficiente para este dia?

Acho que sim.

Agora mereço dormir, já que fiz tudo que poderia fazer sem um deus no coração.

E ronca o ateu.

FIM.

Podem até negar, até a morte talvez, mas é isto que se vê nos blogs onde religiosos expõem suas "teses" sobre ateus, principalmente os religiosos evangélicos.

Odlave Sreklow.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A sociedade não precisa de Jesuses




Neste dia li um comentário de um amigo cristão que disse:
"Seguir a Cristo hoje é uma questão de necessidade e de salvação para a sociedade. Assim, se o mundo aceitar Jesus, no sentido de praticar o amor, conseguiremos alcançar uma era de amor e paz de modo que, aqui neste mesmo planeta, a humanidade conseguirá encontrar o seu ponto de equilíbrio com o seu próximo e com a Vida."


Fiquei de "cara" com esta grande revelação.

Isso mesmo, é algo impressionante.

Nunca havia imaginado isso.

Tudo que a sociedade precisa é aceitar a Jesus.

Fazendo isso, todos os problemas acabarão como em um passe de mágica.

Haverá um equilíbrio, as pessoas irão se amar, haverá uma grande comunhão entre as pessoas.

Chegará uma era de amor e paz.

Caraca, de onde ele tirou isso?

Vamos lá, seria isso uma verdade?

Não, a sociedade não precisa de Jesus.

A sociedade não precisa de ilusões.

A sociedade não precisa de seres imaginários.

A sociedade não precisa de deuses.

A falácia do cristianismo tem por volta de dois mil anos e o que trouxe de bom para a socieade? Nada! Nada! E Nada! O cristianismo atrasou o desenvolvimento social e tecnológico.

De que a sociedade precisa?

De vergonha na cara.

De responsabilidade.

De respeito consigo mesmo, com o próximo e com a natureza.

Os seguidores de Jesus querem que este planeta se foda exploda, porque terão um outro mundo lindo e maravilhoso.

Os seguidores de Jesus querem enriquecer porque se sentem filhos do dono do mundo, mesmo que para isso precisem passar por cima de outros.

Os seguidores de Jesus se sentem superiores aos seguidores de Alá, aos seguidores de Khrisna, aos seguidores de Buda.

Os seguidores de Jesus hoje lotam as cadeias.

Os seguidores de Jesus estupram criancinhas.

Os seguidores de Jesus roubam e ainda dizem aos policiais: "Deus vai me ajudar a sair desta".

Os seguidores de Jesus adoram tirar vantagem dos outros porque "Deus me ama".

A sociedade precisa é parar de brincar de Ghost com este messias imaginário e assumir a responsabilidade.

A sociedade precisa assumir a responsabilidade por seus erros enquanto ainda há tempo para corrigir.

A sociedade precisa parar de poluir, de desmatar, de destruir a natureza em troca de dinheiro.

A sociedade precisa educar seus filhos, não dando a eles um deus, não dando um deus a eles, e sim ensinando o certo e errado de forma racional e honesta.

A sociedade precisa de gente que tenha sentimento humano de verdade e não sentimentos com base em lendas e contos de antepassados.

A sociedade não precisa de igrejas, precisa de escolas, de hospitais, de praças, de parques e de praias.

A sociedade precisa transferir o seu amor à família, às pessoas e não a deuses que são apenas frutos de sua imaginação.

A socidade precisa cantar a vida e não viver cantarolando para deuses surdos e mudos.

Jesus Cristo precisa mais que urgente ser empurrado de volta para seu túmulo. Lugar este de onde nunca deveria ter saído. Assim como os cristãos fizeram com outros deuses como Zeus, Odin, Baco e Diana, que foram enterrados sem direito de resposta.

Deve ser decretada a morte a todos os deuses.

Morte aos deuses, vida aos homens de boa vontade.

Odlave Sreklow.


Imagem: http://www.ciberjus.org/blog/caixao.jpg

terça-feira, 16 de agosto de 2011

QUESTIONANDO DIVINDADES

 
 
Os crentes me dizem que eu devo abrir meu coração para aceitar jesus, que devo buscá-lo com fé, dar uma chance a ele. Quando digo que tentei isto por muitos anos, eles respondem que eu não fui sincero na minha busca, que não me esforcei que não fiz direito. Mesmo nem me conhecendo, eles afirmam com toda a certeza que eu não tentei ao máximo ‘aceitar’ algo que não se tem provas.

Alguns citam a parábola do mestre que segurou a cabeça do discípulo debaixo da água, enquanto o discípulo se debatia o mestre lhe disse: “Você deve procurar a deus com a mesma ânsia que procurou pelo ar”. – Não preciso apontar que essa parábola é falaciosa, mas pensando que talvez ela possa ter um pouquinho de verdade, eu formulei alguns questionamentos em bases nessa parábola.
Eu pergunto:

1) E se deus não existir? E se estão procurando no escuro por um gato preto que não está lá? Vale a pena desperdiçar sua vida toda por um mito?

2) A qual deus eu devo buscar? Por que os crentes pressupõem, como se fosse óbvio, que é o deles que eu vou encontrar? E que só o dele possa existir como chegam à certeza de que é exatamente o deus que eles acreditam que exista?

3) Como eles podem dizer que eu “rejeitei a deus”, que eu “troquei deus pelos prazeres do mundo” ou que eu estou “revoltado com deus” se eu não acredito nele? Será que eu poderia me revoltar contra o Saci-Pererê?

4) O que eles querem dizer com “buscar com intensidade, de coração”? Qual é o método? Será que me falta a capacidade de auto-ilusão que eles têm? Será que se eu me esforçar bastante volto a acreditar até em Papai Noel?

5) Como distinguir a manifestação de deus da de uma outra entidade? Como saber que é o deus da bíblia e não o de outra religião? Ou o diabo? Ou algum extraterrestre poderoso?

6) Por que deus complica as coisas e se esconde de nós? Por que, supostamente, ele só se revela a quem já decidiu que ele existe? Se deus realmente quer nos dizer alguma coisa, por que não se dirige pra cada um de nós, sem intermediários, de forma clara e explícita? Por que temos que implorar por sua atenção? – Ou deve ser porque ele não existe já se perguntou isso?

7) Como é possível decidir “aceitar a Jesus” se não acreditamos nele? Não seria mais lógico que deus nos aparecesse e só então acreditássemos? Será que os crentes não vêem o absurdo de “primeiro acreditar e só então ver as provas”?

8) Por quanto tempo devo esperar por uma resposta de cada deus antes de tentar o próximo?

9) Por que devo acreditar nas pessoas que me dizem ter “encontrado Jesus”? Que provas essas pessoas têm a me apresentar além do relato de “sentimentos” que podem não passar de alucinações ou ilusões auto-induzidas?

10) Por que os crentes sempre me abordam com um ar superior de quem traz uma revelação auto-evidente, diante da qual eu deveria cair de quatro e louvar o Senhor? Por que ficam tão irritados quando insisto em achar defeito e sugerir outras possibilidades, em exigir provas? Por que eles não enxergam a própria arrogância?

Os crentes se fecham de tal maneira em seu limitado mundinho, sua visão estreita e suas explicações simplistas que não conseguem conceber que alguém pense diferente sem estar “rejeitando a deus”. Não conseguem conceber que o mundo não gira em torno do cristianismo e que 2/3 da humanidade estão pouco se lixando para seu precioso “Jesus”.

Quando questionados, se irritam e se assustam. Lembram-me as crianças que, ao perceberem que não têm argumentos, tampam os ouvidos e gritam: “Não estou ouvindo, não estou ouvindo!”. Eles são como os pastores, chacoalhando a bíblia diante das câmeras e dizendo: “Se não está aqui na bíblia, para mim não existe!”.
 
 


domingo, 14 de agosto de 2011

Sou ateu graças a Deus



O que seria do ateu sem os deuses?

Hoje em dia qualquer pessoa que se intitule "ateu" é severamente criticada por aqueles que são religiosos.

De fato, a maioria dos religiosos, não conseguem vislumbrar um mundo não-religioso.

Eles não tem culpa disto, inclusive a maioria dos achados históricos, por mais antigos que sejam, tem um cunho cultural-religioso.

Sendo assim, o homem do século XXI não consegue aceitar que os deuses nem sempre existiram.

Para a maioria das pessoas, a história da civilização humana teve uma ligação direta com algum Deus, pois, em quaisquer mitologia, os deuses agiam diretamente na criação dos seres humanos.

Sendo assim, para eles, o mundo sempre foi religioso e os "ateus" seriam coisa nova no pedaço.

Aquele povinho que se estressou com algum deus e não crê mais.

Inclusive acreditam que todo ateu já foi algum dia religioso.

Mas não param para pensar que o homem já nasce ateu.

Na verdade o pensamento religioso é introduzido no ser humano pelo ambiente em que nasce e através de herança cultural.

Mas eu acredito que nem sempre foi assim, porque em algum momento da evolução humana o conceito religioso foi introduzido nas sociedades primitivas.

Desta forma, ateísmo não é algo novo, o que realmente é novo é o teísmo.

Imagino uma época onde os deuses ainda não haviam sido definidos, onde as famosas explicações de ações divinas não tivessem sido deduzidas por necessidade das mesmas.


Imagino que em algum momento do desenvolvimento social e cultural os deuses foram "paridos".

Através do estudo de civilizações primitivas já se sabe que os deuses surgiram através da divinização de seres humanos que tiveram algum papel importante para seu grupo ou sua sociedade, assim, passaram de heróis a deuses de geração à geração.

Imagino o seguinte diálogo, um simples diálogo:

Homem primitivo místico/religioso:
Amigo, você não sabe o que descobri.

Ateu primitivo:
O que descobristes? Não escondas de mim.

Homem primitivo místico/religioso:
Estava andando pela floresta hoje pela manhã e encontrei um homem que me contou como as árvores vieram parar aqui e porque dão frutos deliciosos.

Ateu primitivo:
E como foi?

Homem primitivo místico/religioso:
Elas foram enfiadas no chão por uma grande mão, esta mão é de um grande homem que enfiou na terra todas as árvores que conhecemos. Estas árvores não podem ser retiradas. E seu fruto é parte do corpo deste grande homem que faz novas árvores nascerem. Eu o chamei de Deus.

Ateu primitivo:
Mas quem foi o homem que te disse isso?

Homem primitivo místico/religioso:
Não sei dizer exatamente.

Ateu primitivo:
Qual era a cor do seu cabelo? Como era sua voz? Que roupas vestia?

Homem primitivo místico/religioso:
Não deu para ver a cor dos seus cabelos. A voz dele não dava para definir. Não sei como eram as roupas, só sei que não conseguia enxergar direito porque o sol estava muito forte e atrapalhava minha visão.

Ateu primitivo:
Não acredito.

Homem primitivo místico/religioso:
Você tem que acreditar, eu sei do que estou falando, eu tive a experiência.

Ateu primitivo:
Eu não acredito e não vou acreditar.
Mas existe uma forma de me convencer.

Homem primitivo místico/religioso:

Como?

Ateu primitivo:
Se você trouxer este homem aqui.

Homem primitivo místico/religioso:
Morra maldito Ateu.

Ateu primitivo:
O que é ateu?

Homem primitivo místico/religioso:
Acabei de criar esta palavra, você é ateu porque não está acreditando no meu Deus.

A máxima "Sou ateu graças a Deus" é a pura verdade pois, sem deuses o que seria de nós...
Os malditos ateus.


Odlave Sreklow.


Imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvbQDjdyZkVPCmFR7N1Sqi8nJBZ7h0dYDsl0DUnH8vzOtGKjmXWUQ1MSuEF9fkQflxv-C_jauBP2jcitVxDm5c_bjnawUPGWFfkB5a5m5s7GksZ5dzXmVJWiinQeQtcpu2eJeDy43oe1Rz/s1600/ateu.jpg

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O culto onde Jesus esteve presente



Aquele dia foi tudo de bom.

Estávamos reunidos em O nome de Jesus, orávamos, cantávamos, falávamos em línguas estranhas.

Estava sendo um dia muito alegre.

Era um frenesi, alegria inimaginável.

Muitas pessoas chorando, doentes sendo curados, se ouviam ao longe os gritos de glorificação ao Deus de Israel (Jeová).

Quando um dos presentes iam à frente e contavam as histórias bíblicas todos prestavam total atenção e acompanhavam confirmando tudo que era dito com saudosas "aleluias" e "glórias a Deus".

Quando menos esperava havia chegado a minha vez de falar, me posicionei à frente de todos e comecei a contar como Jesus se apresentava às pessoas utilizando como base um texto bíblico bem conhecido.

Quando eu falava de Jesus o lugar foi tomado por um grande clarão, quase cegando a todos.

Nesta hora todos ficaram em silêncio, o clarão foi reduzindo e uma pessoa aparecia no meio daquele lugar.
A compreensão de que era o próprio Jesus foi unânime.

Todos choravam, pois era o momento mais especial de nossas vidas.

Jesus começou a falar, ouvíamos sua voz que nos acalmava, nos consolava, era exatamente como os evangelhos o apresentavam.


 
Falou tudo que precisávamos ouvir.

Disse que seríamos vencedores.

Seríamos superiores a todos os problemas.

Seríamos felizes.

Teríamos um lugar muito lindo para morar após nossa morte.
E quando ele dizia: "A dois mil anos morri para que vocês não precisassem passar pela morte. E para vocês que são especiais eu contarei quando tudo irá acabar, quando o fim chegará. O momento exato em que eu virei buscar aqueles que acreditaram nos relatos da minha vinda. Será após a primavera que inciará na data da comemoração da..."

De repente ele sumiu.

Sumiu em meio ao diálogo, sem se despedir, sem completar a frase.

Para onde foi?


Óh Jesus.

Quando irás voltar?

O que aconteceu?

Porque?

Jesus onde está você?

Nesta hora tomei a melhor decisão de minha vida.

Não podíamos deixá-lo ir embora assim.

Nesta hora você deve estar se perguntando o que eu fiz.

O que eu fiz?

Quer saber o que fiz?

Quer saber mesmo?

 
Enfiei a mão no bolso, puxei o isqueiro e acendi mais um.

Fim.
Odlave Sreklow.


Imagem: http://irmaosdacaridade.com/web_images/jesus_cristo.jpg