Mesopotâmia
A Mesopotâmia é considerada um dos berços da civilização, já que foi na Baixa Mesopotâmia onde surgiram as primeiras civilizações por volta do VI milênio a.C. As primeiras cidades foram o resultado culminante de uma sedentarização da população e de uma revolução agrícola, que se originou durante a Revolução Neolítica. O homem deixava de ser um coletor que dependia da caça e dos recursos naturais oferecidos, uma nova forma de domínio do ambiente é uma das causas possíveis da eclosão urbana na Mesopotâmia.
Tinham governo e burocracia próprios e eram independentes. Mas, em algumas ocasiões, em função das guerras ou alianças entre as cidades, surgiram os Estados maiores, sempre monárquicos, sendo o poder real caracterizado de origem divina.
A escrita cuneiforme, grande realização sumeriana, usada pelos sírios, hebreus e persas, surgiu ligada às necessidades de contabilização dos templos. Era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma idéia. Os sumérios - e, mais tarde os babilônicos e os assírios, que falavam acadiano - fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e escribas começaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha nenhuma relação com o objeto representado. As convenções eram conhecidas por eles, os encarregados da linguagem culta, e procuravam representar os sons da fala humana, isto é, cada sinal representava um som. Surgia assim a escrita fonética, que pelo menos no segundo milênio a.C., já era utilizado nos registros de contabilidade, rituais mágicos e textos religiosos. Quem decifrou a escrita cuneiforme foi Henry C. Rawlinson. A chave dessa façanha ele obteve nas inscrições da Rocha de Behistun, na qual estava gravada uma gigantesca mensagem de 20 metros de comprimento por 7 de altura. A mensagem fora talhada na pedra pelo rei Dario, e Rawlinson identificou três tipos diferentes de escrita (antigo persa, elamita e acádio - também chamado de assírio ou babilônico). O alemão Georg Friederich Grotefend e o francês Jules Oppenttambém se destacaram nos estudos da escrita sumeriana.
Os deuses, extremamente numerosos, eram representados à imagem e semelhança dos seres humanos. O sol, a lua, os rios, outros elementos da natureza e entidades sobrenaturais, também eram cultuados. Embora cada cidade possuísse seu próprio deus, havia entre os sumérios algumas divindades aceitas por todos. Na Mesopotâmia, os deuses representavam o bem e o mal, tanto que adotavam castigos contra quem não cumpria com as obrigações.
O centro da civilização sumeriana era o templo, a casa dos deuses que governava a cidade, além de centro da acumulação de riqueza. Ao redor do templo desenvolvia-se a atividade comercial. O patesi representava o deus e combinava poderes políticos e religiosos.
Apenas ao sacerdote era permitida a entrada no templo e dele era a total responsabilidade de cuidar da adoração aos deuses e fazer com que atendessem as necessidades da comunidade. Os sacerdotes do templo estavam livres dos trabalhos nos campos, dirigiriam os trabalhos de construção de canais de irrigação, reservatórios e diques. O deus através dos sacerdotes emprestava aos camponeses animais, sementes, arados e arrendava os campos. Ao pagar o “empréstimo”, o devedor acrescentava a ele uma “oferenda” de agradecimento. Com a necessidade de controlar os bens doados aos deuses e prestar contas da administração das riquezas do templo iniciou-se o sistema de contagem e a escrita cuneiforme. Como exemplo do poder dos deuses em Lagash, o campo era repartido nas posses de aproximadamente 20 divindades, uma destas, Baú, possui cerca de 3250 hectares, das quais três quartos atribuídos, um em lotes, as famílias singulares, um quarto cultivado por assalariados, por arrendatários (que pagam um sétimo ou um oitavo do produto) ou pelo trabalho gratuito dos outros camponeses. Em seu templo trabalham 21 padeiros auxiliados por 27 escravas, 25 cervejeiros com 6 escravos, 4 mulheres encarregadas do preparo da lã, fiandeiras, tecelãs, um ferreiro, alem dos funcionários, dos escribas e dos sacerdotes.
A concepção de uma vida além-túmulo era confusa. Acreditavam que os mortos iam para junto de Nergal, o deus que guardava um reino de onde não se poderia voltar.
Os sumérios foram provavelmente os primeiros a habitar o sul da Mesopotâmia. A região foi ocupada em 5000 a.C. pelo povo sumério, que ali construiu as primeiras cidades de que a humanidade tem conhecimento, como Ur, Uruk e Lagash. As cidades foram erguidas sobre colinas e fortificadas para que pudessem ser defendidas da invasão de outros povos que buscavam um melhor lugar para viver. Sua organização política era semelhante a uma confederação de cidades-Estado, governadas por um chefe religioso e militar que eram denominados patesi.
Como a maioria dos povos antigos, os sumérios eram politeístas. Porém os deuses serviam mais para resolver problemas terrenos do que solucionar os problemas que fazem parte após a morte. Cada cidade sumérica tinha seu Deus "comandante". Na visão dos sumérios, os deuses tinham comportamentos parecidos com o das pessoas, praticavam o bem e o mal, e eram muito mais temidos do que amados.
Os Sumérios são conhecidos pelo desenvolvimento da escrita cuneiforme (assim chamada porque o registro era feito em placas de argila com auxílio de estilete que imprimia traços com forma de cunha) e desde o quarto milênio a.C., possuiam um complexo e completo sistema de controle da água dos rios. Realizavam obras de irrigação, barragens e diques, utilizavam também técnicas de metalurgia do bronze. Sua organização social influenciou muitos povos que os sucederam na região.
Odlave Sreklow.
Odlave, depois de um longo período longe da net, finalmente voltei a velha e boa civilização. Hehehehehe
ResponderExcluirOlha amigo, vou lhe dizer que este seu texto não é uma simples postagem, mas antes, um verdadeiro e muito bom estudo.
Mas quero me ater, a mensagem, que parece-me ser a principal do texto, que é a divindade como uma projeção humana, e o relacionamento com a mesma em um viés totalmente utilitário, ou seja, pode passar milênios, que o desejo humano de poder controla deus ainda existirá.
Abraços
Perfeito o título do texto, totalmente complementar ao mesmo. A religião estava intimamente ligada às finanças e ao bem-estar econômico, e pouco tratava de questões "além-vida". Alguma semelhança com o evangelicalismo da prosperidade?
ResponderExcluirPois é meu amigo Márcio,
ResponderExcluirTenho percebido que com um "deus" na mão você vence qualquer nação.
Pois é meu amigo Isa, a idéia de um homem "separado" que tem contato com os "deuses" e que mantem um templo e "recupera" dinheiro do povo, porque foi "deus" quem os deu vem desde o início da civilização.
Por isso estou me sentindo cansado de tentar pregar o evangelho sem estes itens, estou cada vez mais me distanciando disto tudo, porque o que querem não sou eu quem vai dar, mas sim, aqueles que os querem enganar.
Odlave Sreklow.
Prezado Odlave
ResponderExcluirO Caetano Veloso tem uma música real até de mais: "O Haiti é aqui"
E, por esse teu bem elaborado texto, em analogia a canção do Caetano, posso afirmar:
A MESOPOTÂMIA É AQUI. (rsrsrs)
Abraços,
Levi B. Santos
Grande Levi,
ResponderExcluirRealmente a Mesopotâmia é aqui, rsrs.
Só esqueci de colocar a fonte, pois, não fui eu que elaborei o conteúdo (peguei no Wikipedia), mas, eu sou o culpado de induzir à comparação mesmo que subliminar do espírito religioso do século XXI.
Antes do "cristiajudaespiritislão" já existia todo aparato de prisão psicológica, colocando um ser "inexistente" e seus intermediadores para assim, receberem benefícios em nome dele.
E assim caminha a humanidade.
Odlave Sreklow.
Odlave, muito boa a aula de história. O povo de Israel não inventou nada (ou quase nada) de novo. Sua religião está em íntima conexão com os modos dos antigos mesopotâmicos, destacando a classe dos privilegiados sacerdotes, que tinham o poder de falar em nome do deus.
ResponderExcluirDe fato, em pleno século 21, nada mudou.
Pois é Eduardo,
ResponderExcluirFoi de lá que veio o tal de Abraão, de Ur dos Caldeus, na Mesopotâmia.
Estaria ele chateado com o "porrilhão" de deuses e iniciado sua tese "teológica" de que há apenas um único Deus, para isto, partindo para outro lugar?
Pois é.
Abraços,
Odlave Sreklow.