domingo, 18 de setembro de 2011

Um filósofo britânico escreve Bíblia para ateus




Este texto foi indicado pelo Rodrigo lá no blog CPFG.
Achei interessante, e pelo conteúdo da matéria é praticamente o que o Rodrigo estava se propondo em: http://cpfg.blogspot.com/2011/09/um-manual-de-vida-para-o-brasileiro-do.html, um livro voltado à moral social, porém, sem enfiar um Deus específico na garganta do leitor.
Segue:
Um filósofo britânico escreve Bíblia para ateus
Raquel Meireles


O Bom Livro, de A.C. Grayling imita o formato da Bíblia compulando textos filosóficos com semelhanças éticas mas sem nunca recorrer a Deus ou a religião.
13 de Maio de 2011, INGLATERRA
A.C. Grayling, reconhecido escritor, professor e filósofo britânico, trabalhou neste projecto durante mais de 30 anos. Trata-se do Livro Bom. Uma Bíblia humanista, compêndio de textos filosóficos, científicos e sociológicos que tem como objectivo cimentar princípios éticos sem necessidade de se referir a nenhuma divindade.
O autor confirma que a sua ideia não é original, tendo-se inspirado no trabalho de compilação tal como há sido feito por toda a História por variadas religiões. “E se os compiladores do passado que faziam as Bíblias, coleccionavam textos religiosos, traduzindo-os, editando-os e publicando-os em massa, se tivessem preocupado em reunir os pensamentos não religiosos dos principais pensadores da civilização?” perguntou-se Grayling.

A resposta dá a si mesmo com este livro que acaba de ser publicado na Grã-Bretanha com grande êxito chegando a ser um best-seller na categoria de Filosofia.

Para tal, Grayling recorreu a mais de mil textos, representando centenas de autores, colectâneas e tradições. As citações cruzam-se tematicamente sem referência aos seus autores pelo que é difícil detectar a autoria de cada uma.
O livro tem como objectivo a criação de uma espécie de religião ateia, sendo que tenta instruir os princípios da ética e do humanismo, observando a realidade sem o prisma da divindade e partindo do princípio que o Homem é um ser eminentemente bom e capaz de atingir a felicidade por si próprio.

Grayling expressa o seu gosto pelas escrituras de ética humanista compiladas no seu livro, considerando que os autores “partiam de um entendimento compreensivo da sua natureza humana, aceitando que existe uma responsabilidade de trabalhar em prol dos que menos condições têm e sobretudo reconhecendo que o melhor das nossas vidas gira em torno de ter bons relacionamentos com quem nos rodeia.

Com o objectivo de fazer o material compilado acessível, Grayling inspirou-se no formato da Bíblia, assim, O Bom Livro consta de seiscentas páginas apresentadas em colunas duplas, com capítulos e versículos em cada livro.

Curiosamente, o primeiro capítulo também se chama Génesis, sendo que o protagonista inicial não é Deus mas Isaac Newton e o seu episódio com a maçã, que o leva a descobrir a lei da gravidade. “Foi através da queda do fruto da árvore que surgiu uma nova inspiração para a análise da natureza das coisas”, diz um verso do primeiro capítulo Bom Livro.

O capítulo final do livro oferece uma visão humanista secular dos Dez Mandamentos: “Amarás bem, buscarás o bem em todas as coisas, não farás mal aos outros, pensarás por ti mesmo, serás responsável, respeitarás a natureza, darás o melhor de ti, estarás informado, serás bom, valente… ou ao menos tentarás fazê-lo de forma sincera”.

LIVRO MORAL SEM DEUS
Grayling admite que a fome por uma conexão espiritual permaneça, no entanto viva. Este sentimento, diz o autor, pode ser satisfeito de muitas formas: dando um passeio pelo campo, sendo cativado por um grande livro de poesia ou inclusivamente apaixonando-se. “Podemos celebrar de formas muito distintas o bom que há no mundo”, conclui.
O autor, do livro, no entende este livro como um ataque aos cristãos, apenas como uma contribuição para o pensamento. “É uma proposta modesta, uma outra contribuição à comunicação que a humanidade deve ter consigo própria”, conclui que escreveu a sua obra para todos, inclusivamente os amantes da Bíblia.

Grayling for apelidado por alguns como o “ateo de veludo” ou “o resto aceitável do ateísmo”, en contraste a alguns escritores mais efusivos como Christopher Hitchens ou Richard Dawkins.
Fonte: CNN 20M
© Protestante Digital 2011


Fonte: http://www.ucbportugal.pt/arquivo.php?p=3115&s=tua

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A necessidade de culto é a prova da inexistência de Deus




A necessidade de culto é a prova da inexistência de Deus.


Se pararmos para avaliar esta frase, perceberíamos que existe uma verdade inserida na mesma.

Vou citar meu exemplo de vida, minha experiência, assim como os evangélicos costumam dizer.

Eu fui católico durante os primeiros 15 anos de minha vida.

Deus foi apresentado para mim quando criança, porém, era um objeto meio distante, somente o padre era o "cara" que falava diretamente com Deus.

Quando ia dormir dirigia uma oração às paredes.

Quando acordava, novamente as paredes ficavam atentas às minhas preces matinais.

Quando ia à missa, ficava admirado e ao mesmo tempo assustado com o lugar e artefatos.

Quando criança tinha medo daqueles santos, imaginava que poderiam criar vida a qualquer momento. Não sabia porque, mas falavam em ressurreição, o cara que foi crucificado, que ficou três dias debaixo da terra e saiu, esta coisa me assustava.

Quando era levado pelos meus pais ao Convento da Penha, em Vila Velha, morria de medo daquelas salas onde ficavam expostos os "milagres". Ali existiam fotos e muitos maços de cabelos deixados pelos fiéis, rsrs.

Me deparava com relógios cuco e corredores sinistros.

Mas aí, veio a "libertação", a igreja evangélica era mais ligth. Certamente ali Deus estaria.

Logo logo me batisei, nas águas e com o Espírito Santo, amém.

Fui garoto dedicado, estudava a Bíblia, pregava, não fazia sexo (pior parte, rsrs), falava do amor de Deus.

E como me tornei um "varão de Deus", dizia tudo que vinha à cabeça porque "sentia" que era Deus quem mandava eu dizer (assim fui ensinado).

Mas existia um abismo muito grande entre estar sozinho e estar com o grupo.

Quando entrava em casa a coisa mudava, não "sentia" Deus. O lugar era diferente, na minha casa não tinha nenhuma decoração que trouxesse a memoria das coisas "santas".

Quando voltava à igreja, todos reunidos, a "fé" era renovada. Ali Deus estava.

Alguém pregando era a "voz de Deus".

Uma música bem cantada nos fazia "sentir a presença de Deus".

Uma oração "inspirada" movia os céus.

Mas tinha algo estranho no ar.

Quando o pregador não falava coisas que agradavam o povo, a sensação de presença de Deus se acabava.

Quando o coral ou os instrumentistas erravam a nota ou a letra, gente, não era a mesma coisa.

E quando eu estava sozinho em casa ou na rua, onde estava Deus?

No púlpito eu dizia: "Deus te ama, Jesus morreu por ti.".

Quando colocava a cabeça no travesseiro me indagava: "Mas e se essa história não for verdade? Deus, onde está você?"

E por diversas vezes ia sendo "usado" por Deus (até hoje pessoas afirmam isso para mim). Eu dizia coisas que achava que devia dizer e as pessoas como é de praxe, guardavam somente aquilo que "batia" com sua necessidade de ouvir.

Não tem nada de errado comigo, sou um servo de Deus, prego a palavra, oro e Deus cura, oro e Deus opera, sou um homem abençoado por Deus.

Mas, por onde cargas d'água anda este Deus quando eu não estou na igreja?

Sim, meu comportamento prossegue, meu testemunho fora da igreja é bom, qualquer Deus se sentiria honrado.

Certo dia disse: "Nós somos privilegiados porque Jesus morreu para nos dar uma vida eterna de alegria e paz. Enquanto estamos aqui, louvando ao Senhor, muitas pessoas estão caminhando para perdição porque não querem servir a Jesus."

Cheguei em casa e falei: "Caramba, inúmeras crianças na África vão queimar eternamente somente porque seus pais os educaram no Candomblé. Inúmeros indianos vão queimar no fogo do inferno só porque não se tornaram cristãos. Inúmeros muçulmanos queimarão no inferno porque adoram a Alá e não a Jeová. E eu, o que fiz para merecer esta vidinha em uma terrinha de ruazinhas de ouro para ficar cantarolando a mesma letra eternamente? Nada, eu só nasci em uma nação praticamente cristã".

Aí por fim, disse: "Deus, eu quero que você vá para a puta que o pariu, seu maldito, miserável, você condena para a perdição eterna aqueles que você criou, somente porque não estão de quatro para você? Você é um egoísta, um ganancioso, você é amor apenas para quem fica te bajulando? Então, a partir de hoje eu não te bajulo mais".

Eu já estava estudando um pouco de antropologia, psicologia, filosofia, sexologia e matemática (o que matemática tem a ver com isso?).

Foi então que comecei a entender que na verdade Deus somente existe na mente do homem, não havendo nenhuma força sobrenatural, mística, etc e tal.

E que este mesmo Deus precisa de um culto para subsistir.

Porque as pessoas vão aos cultos e missas? Esta é a única forma de manter Deus vivo.

Enquanto existirem pessoas acreditando em um Deus, este Deus irá "existir", certamente que na cachola destas pessoas, porém, irá "existir".

Porém, o fato de alguém acreditar não é suficiente para que "algo" exista.

Eu por exemplo acredito que aqui na frente do meu monitor tem um bolo de chocolate, mas caramba, o fato de eu acreditar não faz o bolo aparecer. Mas você não acredita? O bolo está aqui, não está sentindo? Eu fico até arrepiado. Você não acredita no bolo de chocolate? Seu maldito, morra!!!

Quando se acredita em Deus, se acredita em todos os seres pertencentes à mesma mitologia. Aí entram em cena o diabo e os anjos do mal, os anjinhos do bem, o tal do Espírito Santo de Deus. O cristianismo é um universo mitológico até grande para uma religião monoteísta ("trinteísta").

Quando estávamos reunidos cantando, entrando em comunhão (ou no ritmo), até anjos eu via. Caramba, via muitos. E eles diziam coisas para eu dizer aos outros. E por incrível que pareça, muitas das coisas aconteciam ou estavam corretas. Mas quando eu saía dali, sabia que não era verdade, sabia que eu estava vendo o que queria ver, que meu cérebro criava aquilo que eu queria que ele criasse. Eram meras especulações sobre a vida das pessoas.

Todo local de culto te induz a fugir da realidade.

São os sons dos instrumentos, as músicas cantadas, tudo isso nos envolve, seja apenas isso ou ainda complementados com chá ou outras drogas.

Nos levam ao êxtase, nos levam à presença do "todo-poderoso".

Mas no fundo no fundo, a sensação que você sente quando está na "presença" de Deus é bem parecida com a sensação de um bom orgasmo.

Quando a coisa acaba, quando você ejacula, você volta à realidade, aí são outros quinhentos.

O culto é necessário, porque lá, nós criamos e nos fortalecemos da ideia de um Deus.

Fora do culto, não há nenhum Deus, isto é fato, é realidade, orgasmos não são sentidos a todo instante, sensações vem e vão.


Vá ao culto, mantenha Deus "vivo" na sua vida.

Ele precisa de você, mas você não deveria precisar dele.

Um grande abraço,


Odlave Sreklow.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Utilização da expressão "Ai meu Deus"



O ministério da idiotice religiosa informa: 
Este post contém palavras de baixo calão e insultos a uma divindade (entidade) denominada "Deus", por favor, se sentir-se ofendido por tais expressões não leia, saia correndo daqui dizendo: 
"Misericórdia senhor, perdoe o escritor, perdoe o escritor, ele não sabe o que teclas, sangue de Gezuis tem poder, tá queimado, tá amarrado, xô Satanás" e pule 3 vezes em cima de um puf azul senão o bicho-papão vai te pegar.



Hoje passei por um grande problema em meu trabalho, problema com meu computador, daqueles problemas que só acontecem quando você não espera, denominados "catástrofe", rsrs. Porque se fosse esperado, afinal de contas, não seria uma "catástrofe".

Quando descobri tal catástrofe disse: "Ai meu Deus" (porque não é sempre que posso falar "Puta que pariu", rsrs).

Isso por costume porque "ai meu Deus" virou um vício de linguagem, rsrs.

Um outro amigo, que também é ateu espirrou e disse: "Ai Deus".

Ao ouvir tal exclamação "espirratória", disse: "Está vendo, não existem ateus, querendo ou não Deus sai de vez em quando até da boca de um ateu como você e eu, rsrs" - Falei sacaneando.

Ele disse: "Na verdade eu queria dizer 'ai minha piroca', rsrs", mas não podia falar, sendo assim disse "ai Deus".

Pensando em sua resposta e em meu pensamento anterior acerca de tal exclamação também pronunciada por meus lábios, comecei a "viajar" na questão de qual a representação dessas frases para um ateu (e para muitas outras pessoas).

Sendo assim, fiquei imaginando o que as pessoas pensam quando utilizam tais frases costumeiras:
"Meu Deus!" = Fudeu.
"Ai, meu Deus!" = Fudeu geral.
"Ai, meeeeeu Deeeeeus!" = Expressão usada por quem saiu do armário.
"Meu Pai!" = Meu pau.
"Meu Deus!!!!" = Puta que pariu.
"Oh my God" = Quero transar com você..
"Oh my God, oh my God" = Estou querendo muito transar com você.
"Jesuuus!" = Caralho!
"Aiiii, meu Deus." = Não acredito.
"Nossa Senhora!" = Que mulher gostosa.
"Nooooosssa Senhoraaaaa!!!" = Que mulher muitooo gostosa.
"Nossa Senhora!!!!" = Puta que pariu (2).

Essas expressões, nestes sentidos, são usadas principalmente por pessoas cristãs ou por pessoas que alguma vez na vida foram cristianizadas.


Agora que você já leu (eu acho), veja algumas imagens que representam tais expressões (desta vez as imagens ficaram no final para não atrapalhar a leitura).




















"Ai meu Deus, agora vão dizer que finalmente virei um safado, pervertido, vagabundo e sem-vergonha só por causa das duas últimas fotos".

Que Odin nos abençoe, fique na bênção do martelo de Thor.


Abraços,


Odlave Sreklow.


Imagens:
http://www.orkugifs.com/images/Segunda-feira...-Ai-meu-Deus!!!-Ninguem-merece!_2764.gif
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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um adultério e nada mais





Cada dia que passa, cada dia a mais que meu corpo biológico trafega nesta estrada rumo ao agora, mais convicto fico de que a religião é refúgio daqueles que querem fugir de sua própria realidade.

Sim, muitos precisam de uma realidade paralela, de uma quarta dimensão, de que existam marcianos e, principalmente que sejam inferiores a nós, que para mim, somos apenas os mais idiotizados dos animais.

Sim, precisamos de uma religião, principalmente para esconder o quão vis e desonestos somos.

Desonestes muitas vezes com nós mesmos.

A igreja é lugar para fracos, para aqueles que não conseguem tocar a vida tal qual ela é.

Precisamos sim, de ternos e gravatas, ternos estes que escondem nossos adultérios.

Precisamos sim, de saias grandes, saias estas por onde sobem pelas nossas coxas as mãos daqueles que não são nossos maridos.

Precisamos de pessoas que mesmo tão diferentes de nós, possamos chamar de irmãos/irmãs, pessoas com quem possamos reunir para nos sentirmos fortalecidos, para que nossa fé seja fortalecida, nossa fé que nada mais é que uma grande ilusão.

Precisamos estar juntos, mesmo que por alguns minutos, pois após o horário da reunião cada um segue para sua casa e não mais nos vemos até o próximo encontro.

Precisamos desta vida dupla.

Precisamos deste adultério contra a razão, a moral e o caráter.

Precisamos de pessoas que sejam piores do que nós, para assim nivelarmos o quão melhores somos que elas.

Muitos vão se enganando no caminho da ignorância patente e dizem:
"Ahh, eu cometo adultério, mas no domingo pela manhã sou perdoado, porque Deus é amor".

Muitos precisam dizer "Senhor, Senhor".

Coitado destes, que não conseguem enxergar simplicidade no olhar da criança, que espera ansiosa por sua chegada. Coitados destes que não sabem valorizar o ser humano que escolheram para estar junto.

Não, minha fé é oposta.

Conhecida como negação da fé.

Não acredito em perdição e castigo eternos, mas creio na vida e no agora, por isso para mim, um minuto ao lado de quem amo, um minuto ao lado daquela a quem jurei amor eterno mesmo ainda em minha loucura religiosa, para mim, este minuto vale mais que mil anos ao lado de dezenas de outras mulheres.

Não, não creio em Deus, mas creio em mim.

Nego a crença em cada um dos deuses que querem dominar minha vida.

Me sinto livre, livre para não cometer assassinatos, livre para não roubar, livre para não adulterar, mesmo que seja apenas um adultério e nada mais.

Odlave Sreklow.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Lei




A Lei
Raul Seixas


Todo homem tem direito de pensar o que quiser.

Todo homem tem direito de amar a quem quiser.

Todo homem tem direito de viver como quiser.

Todo homem tem direito de morrer quando quiser.

Direito de viver, viajar sem passaporte.

Direito de pensar, de dizer e de escrever.

Direito de viver pela sua própria lei.

Direito de pensar de dizer e de escrever.

Direito de amar, Como e com quem ele quiser.

A lei do forte.

Essa é a nossa lei e a alegria do mundo.

Faz o que tu queres ah de ser tudo da lei.

Fazes isso e nenhum outro dirá não.

Pois não existe Deus senão o homem.

Todo o homem tem o direito de viver a não ser pela sua própria lei.

Da maneira que ele quer viver.

De trabalhar como quiser e quando quiser.

De brincar como quiser.

Todo homem tem direito de descansar como quiser.

De morrer como quiser.

O homem tem direito de amar como ele quiser.

De beber o que ele quiser.

De viver aonde quiser.

De mover-se pela face do planeta livremente sem passaportes.

Porque o planeta é dele, o planeta é nosso.

O homem tem direito de pensar o que ele quiser, de escrever o que ele quiser.

De desenhar, de pintar, de cantar, de compor o que ele quiser.

Todo homem tem o direito de vestir-se da maneira que ele quiser.

O homem tem o direito de amar como ele quiser, tomai vossa sede de amor, como quiseres e com quem quiseres.

Há de ser tudo da lei.

E o homem tem direito de matar todos aqueles que contrariarem a esses direitos.

O amor é a lei, mas amor sobre vontade.

Os escravos servirão.

Viva a sociedade alternativa.

Viva Viva.

Direito de viver, viajar sem passaporte.

Direito de pensar de dizer e de escrever.

Direito de viver pela sua própria lei.

Direito de pensar de dizer e de escrever.

Direito de amar, como e com quem ele quiser.

Todo homem tem direito de pensar o que quiser.

Todo homem tem direito de amar a quem quiser.

Todo homem tem direito de viver como quiser.

Todo homem tem direito de morrer quando quiser...




Odlave Sreklow.

Imagem: http://www.quemdisse.com.br/autores/raulseixas.jpg

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Rede de relacionamentos



A necessidade de se relacionar com outras criaturas de mesmo espécime foi um dos fatores que auxiliaram na evolução do ser humano.
Alguns poderiam dizer que "Deus não nos fez para vivermos solitários", outros poderiam dizer que "nossos antepassados símios viviam em bando", de qualquer forma, a vida em comunidade fez com que o ser humano evoluísse biologicamente e, principalmente, intelectualmente (que não deixa de fazer parte da evolução biológica, óbvio, rsrs).

A necessidade de não se ver só neste universo levou a imaginação humana à transcender do âmbito real, fazendo com que criasse para si, mundos, universos e dimensões paralelas.

Nossos antepassados já utilizavam-se de substâncias alucinógenas que auxiliavam no processo de evolução sobrenatural e psíquica dos relacionamentos extra-humanos.

Mas quem gosta de se sentir só? Ninguém.

Quando nascemos, somos apresentados à nossa primeira rede de relacionamentos, nossa família.

Com o passar do tempo, esta rede vai se ampliando, porém, ao mesmo tempo que amplia-se, também perde alguns personagens.

Quando começamos a andar, adicionamos à nossa rede alguns outros familiares, vizinhos, amigos dos nossos pais e alguns outros personagens.

Em alguns destes momentos, seres imaginários são adicionados à nossa rede de relacionamentos.

Quando entramos para o jardim de infância, agregamos à nossa rede novos amiguinhos. Quando mudamos de classe, perdemos o contato com alguns, mas são adicionados novos.

Nossa rede de relacionamentos é dinâmica, contínua.

Quando entramos no ensino fundamental, perdemos antigos e ganhamos novos integrantes em nossa rede.

O processo é semelhante à morte e ressurgimento de novas células a que está submetido nosso corpo.

Aí vem o relacionamento amoroso, o primeiro emprego, a troca de emprego, a troca de parceiro, onde a nova namorada ocupa o lugar da antiga.

Chegamos ao ensino médio, depois faculdade, o ciclo continua em sua incansável adição e subtração de membros.

Quantos integrantes dessa rede pode ser mantido pelo nosso cérebro?

Idade, sexo, preferências, gostos, manias, tudo armazenado, de cada pessoa.

Sem falar dos fatos e atos que acontecem em nossos relacionamentos, cada um com uma ligação única (ou não).

Muitos se foram, muitos chegarão, mas, quem realmente permanecerá?

Quem nós escolhemos para fazer parte de nossa rede de relacionamentos atual?

Neste dia? Agora? Neste momento?

Quem é importante para nós?

Para quem nós somos importantes?

De fato, a solidão eleva o homem à mais alta idealização da inexistência.

A necessidade de companhia fez o homem criar seres imaginários.

Seres que pudessem observá-lo, assim, esses seres poderiam recitar frases como "Você não está sozinho", "Eu estou contigo", "Eu te ajudo e te guardo", "Eu morri por você".

Neste século ainda existem pessoas que esquecem de se relacionar com aqueles que estão próximos, e enchem seus perfis do Orkut, Facebook e afins de "amigos". Onde estão todos eles?

Com quantos destes acordo pela manhã? Com qual deles pego o ônibus? A qual deles dou carona? Almoço com algum deles? Fim de semana no bar, tomo cerveja com algum deles?

Amigos, amigos, amigos.

Quem disse que são para sempre estava mentindo.

Para sempre na memória? Não, é exigir demais de nosso cérebro semi-evoluído.

Nós temos amigos momentâneos, sim, eles nem sempre estarão ali.

De vez em quanto temos que reavaliar nossa rede de relacionamentos.

Passar a considerar quem realmente está integrando esta rede hoje, agora.

Quem faz parte de sua rede de relacionamentos? Por onde você começaria?
Esposa, filhos, pais, parentes, colegas de trabalho, amigos, etc. Qual é o primeiro ponto da rede? Onde ela termina?

Temos oportunidade de nos relacionar com gente, de conversar, rir, chorar.

Para que então a busca incansável de um relacionamento com seres inexistentes? Para que viver forçando sua mente, obrigando-a a crer em algo que ela não pode afirmar, não pode observar. Utilize seu cérebro para pessoas e coisas reais.

Nosso cérebro aprende com a experimentação.

Olha, uma maçã, o gosto, o cheiro, a cor. Pronto, aprendido, isso é uma maçã.

Agora pense, olhe, um Deus, um anjo, um demônio, um gnomo, um duende, um unicórnio rosa.

Onde? Cadê? Qual a cor? Qual o cheiro? Preciso gravar, memorizar. Não tem? Vou ter que jogar para a parte do cérebro onde são jogadas as coisas indefinidas, vai ficar marcado como "pendente". Haveria um lugar reservado para estes seres místicos em nossa memória?

Alguém poderia falar aqui então de amor, tristeza, ódio. Tais itens não podem ser comparados à deuses devido ao fato de que "amor" sentimos quando vemos alguém que desperta em nós algo que envolve nosso sistemas biológicos, gerando sensações. Tristeza, quando somos acometidos de informações ruins, ódio, quando cresce em nós o desejo de fazer o mal.

Digo isto porque é comum fazerem comparações de divindades com sentimentos, tipo "Se Deus não existe, então, o amor também não existe, porque da mesmo forma que não se toca ou vê Deus, não se toca ou vê o amor".

Que tal desfragmentar a memória e ver se organizamos um pouco a casa de vez em quando?

Boa noite Odlave.


Odlave Sreklow.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Como um religioso imagina que seja o dia de um ateu.



Dia de um ateu segundo um religioso:


Huaaaaaaaa (boceja o ateu).

Que belo dia.

Considerando que Deus não existe, o que irei fazer hoje?

Bom, claro, devo começar pelo café da manhã.

Hum, que belo sanduíche de carne de criancinhas... este suco de cérebro humano está ótimo.

Já sei, após o café da manhã vou procurar algumas senhoras idosas para roubar suas bolsas, é divertido, elas morrem de medo, implorando pelo amor de um deus que afinal de contas não existe.

Depois passo no banco e pratico um assalto, já que não trabalho mesmo e preciso de dinheiro para sobreviver.

Em seguida vou ligar para uns amigos e agendar uma transa grupal. Uma bela pedida.

Depois vou passar no bar, já que estou com grana e vou beber bastante, mas não muito porque como diz o ditado "de bêbado não tem dono".

Prefiro não arriscar.

Em seguida vou procurar algumas pessoas para espancar, principalmente mais fracas que eu.

Na hora do almoço, vou entrar em um restaurante, comer e ir embora sem pagar porque sou muito malvado.

Chegando em casa vou bater na minha mulher até sangrar, já que não tenho gezuis no coração.

Antes, quem sabe, encontro algumas virgens na rua para poder estuprar.

Nesta tarde não posso esquecer de ligar confirmando a suruba.

Chegando em casa, como é de praxe, vou participar da transa homossexual que já deve estar rolando em meu quarto (esta é básica nos comments de evangélicos sobre ateus nos blogs por aí).

Não posso esquecer de me masturbar e jogar o esperma no chão já que não considero que deus disse para não fazer isso em um dos livros dos judeus.


E no final do dia:

Será que é o suficiente para este dia?

Acho que sim.

Agora mereço dormir, já que fiz tudo que poderia fazer sem um deus no coração.

E ronca o ateu.

FIM.

Podem até negar, até a morte talvez, mas é isto que se vê nos blogs onde religiosos expõem suas "teses" sobre ateus, principalmente os religiosos evangélicos.

Odlave Sreklow.