domingo, 18 de setembro de 2011

Um filósofo britânico escreve Bíblia para ateus




Este texto foi indicado pelo Rodrigo lá no blog CPFG.
Achei interessante, e pelo conteúdo da matéria é praticamente o que o Rodrigo estava se propondo em: http://cpfg.blogspot.com/2011/09/um-manual-de-vida-para-o-brasileiro-do.html, um livro voltado à moral social, porém, sem enfiar um Deus específico na garganta do leitor.
Segue:
Um filósofo britânico escreve Bíblia para ateus
Raquel Meireles


O Bom Livro, de A.C. Grayling imita o formato da Bíblia compulando textos filosóficos com semelhanças éticas mas sem nunca recorrer a Deus ou a religião.
13 de Maio de 2011, INGLATERRA
A.C. Grayling, reconhecido escritor, professor e filósofo britânico, trabalhou neste projecto durante mais de 30 anos. Trata-se do Livro Bom. Uma Bíblia humanista, compêndio de textos filosóficos, científicos e sociológicos que tem como objectivo cimentar princípios éticos sem necessidade de se referir a nenhuma divindade.
O autor confirma que a sua ideia não é original, tendo-se inspirado no trabalho de compilação tal como há sido feito por toda a História por variadas religiões. “E se os compiladores do passado que faziam as Bíblias, coleccionavam textos religiosos, traduzindo-os, editando-os e publicando-os em massa, se tivessem preocupado em reunir os pensamentos não religiosos dos principais pensadores da civilização?” perguntou-se Grayling.

A resposta dá a si mesmo com este livro que acaba de ser publicado na Grã-Bretanha com grande êxito chegando a ser um best-seller na categoria de Filosofia.

Para tal, Grayling recorreu a mais de mil textos, representando centenas de autores, colectâneas e tradições. As citações cruzam-se tematicamente sem referência aos seus autores pelo que é difícil detectar a autoria de cada uma.
O livro tem como objectivo a criação de uma espécie de religião ateia, sendo que tenta instruir os princípios da ética e do humanismo, observando a realidade sem o prisma da divindade e partindo do princípio que o Homem é um ser eminentemente bom e capaz de atingir a felicidade por si próprio.

Grayling expressa o seu gosto pelas escrituras de ética humanista compiladas no seu livro, considerando que os autores “partiam de um entendimento compreensivo da sua natureza humana, aceitando que existe uma responsabilidade de trabalhar em prol dos que menos condições têm e sobretudo reconhecendo que o melhor das nossas vidas gira em torno de ter bons relacionamentos com quem nos rodeia.

Com o objectivo de fazer o material compilado acessível, Grayling inspirou-se no formato da Bíblia, assim, O Bom Livro consta de seiscentas páginas apresentadas em colunas duplas, com capítulos e versículos em cada livro.

Curiosamente, o primeiro capítulo também se chama Génesis, sendo que o protagonista inicial não é Deus mas Isaac Newton e o seu episódio com a maçã, que o leva a descobrir a lei da gravidade. “Foi através da queda do fruto da árvore que surgiu uma nova inspiração para a análise da natureza das coisas”, diz um verso do primeiro capítulo Bom Livro.

O capítulo final do livro oferece uma visão humanista secular dos Dez Mandamentos: “Amarás bem, buscarás o bem em todas as coisas, não farás mal aos outros, pensarás por ti mesmo, serás responsável, respeitarás a natureza, darás o melhor de ti, estarás informado, serás bom, valente… ou ao menos tentarás fazê-lo de forma sincera”.

LIVRO MORAL SEM DEUS
Grayling admite que a fome por uma conexão espiritual permaneça, no entanto viva. Este sentimento, diz o autor, pode ser satisfeito de muitas formas: dando um passeio pelo campo, sendo cativado por um grande livro de poesia ou inclusivamente apaixonando-se. “Podemos celebrar de formas muito distintas o bom que há no mundo”, conclui.
O autor, do livro, no entende este livro como um ataque aos cristãos, apenas como uma contribuição para o pensamento. “É uma proposta modesta, uma outra contribuição à comunicação que a humanidade deve ter consigo própria”, conclui que escreveu a sua obra para todos, inclusivamente os amantes da Bíblia.

Grayling for apelidado por alguns como o “ateo de veludo” ou “o resto aceitável do ateísmo”, en contraste a alguns escritores mais efusivos como Christopher Hitchens ou Richard Dawkins.
Fonte: CNN 20M
© Protestante Digital 2011


Fonte: http://www.ucbportugal.pt/arquivo.php?p=3115&s=tua

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