Cada dia que passa, cada dia a mais que meu corpo biológico trafega nesta estrada rumo ao agora, mais convicto fico de que a religião é refúgio daqueles que querem fugir de sua própria realidade.
Sim, muitos precisam de uma realidade paralela, de uma quarta dimensão, de que existam marcianos e, principalmente que sejam inferiores a nós, que para mim, somos apenas os mais idiotizados dos animais.
Sim, precisamos de uma religião, principalmente para esconder o quão vis e desonestos somos.
Desonestes muitas vezes com nós mesmos.
A igreja é lugar para fracos, para aqueles que não conseguem tocar a vida tal qual ela é.
Precisamos sim, de ternos e gravatas, ternos estes que escondem nossos adultérios.
Precisamos sim, de saias grandes, saias estas por onde sobem pelas nossas coxas as mãos daqueles que não são nossos maridos.
Precisamos de pessoas que mesmo tão diferentes de nós, possamos chamar de irmãos/irmãs, pessoas com quem possamos reunir para nos sentirmos fortalecidos, para que nossa fé seja fortalecida, nossa fé que nada mais é que uma grande ilusão.
Precisamos estar juntos, mesmo que por alguns minutos, pois após o horário da reunião cada um segue para sua casa e não mais nos vemos até o próximo encontro.
Precisamos desta vida dupla.
Precisamos deste adultério contra a razão, a moral e o caráter.
Precisamos de pessoas que sejam piores do que nós, para assim nivelarmos o quão melhores somos que elas.
Muitos vão se enganando no caminho da ignorância patente e dizem:
"Ahh, eu cometo adultério, mas no domingo pela manhã sou perdoado, porque Deus é amor".
Muitos precisam dizer "Senhor, Senhor".
Coitado destes, que não conseguem enxergar simplicidade no olhar da criança, que espera ansiosa por sua chegada. Coitados destes que não sabem valorizar o ser humano que escolheram para estar junto.
Não, minha fé é oposta.
Conhecida como negação da fé.
Não acredito em perdição e castigo eternos, mas creio na vida e no agora, por isso para mim, um minuto ao lado de quem amo, um minuto ao lado daquela a quem jurei amor eterno mesmo ainda em minha loucura religiosa, para mim, este minuto vale mais que mil anos ao lado de dezenas de outras mulheres.
Não, não creio em Deus, mas creio em mim.
Nego a crença em cada um dos deuses que querem dominar minha vida.
Me sinto livre, livre para não cometer assassinatos, livre para não roubar, livre para não adulterar, mesmo que seja apenas um adultério e nada mais.
Odlave Sreklow.
Excelente desabafo!
ResponderExcluirContinue sendo um ser humano bom e terá sua recompensa. Aqui mesmo: na adimiração daqueles que te cercam!
Abraços
Opa Alexandre,
ResponderExcluirTudo bem cara?
Te admiro pra caramba também.
Uma grande abraço,
Odlave Sreklow.