segunda-feira, 24 de junho de 2013

Membros da Maranata são presos por ordem da Justiça

Entre os presos está o pastor e um dos fundadores da Igreja Gedelti Gueiros



 Nestor Müller
Gedelti Gueiros, presidente afastado da Igreja Maranata foi preso em Vitória após operação de cumprimento de mandado pela Polícia Civil 


Nove pessoas ligadas a cúpula da Igreja Cristã Maranata foram presas na manhã desta segunda-feira (24), por determinação da Justiça. De acordo com o Ministério Público Estadual, elas integram uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 30 milhões dos cofres da instituição. Entre os detidos está o presidente afastado da igreja, Gedelti Gueiros, um dos fundadores da Maranata. Dos 12 pedidos de prisão, a Justiça acatou 10.

Por problemas de saúde, o pastor Arlínio de Oliveira Rocha vai cumprir prisão domiciliar. Os demais foram encaminhados ao Centro de Triagem de Viana. Além de Gedelti e Arlínio estão presos: Antônio Ângelo Pereira dos Santos, Antônio Carlos Peixoto, Amadeu Loureiro Lopes, Antônio Carlos Rodrigues de Oliveira, Carlos Itamar Coelho Pimenta, Jarbas Duarte Filho, Wallace Rozetti e Leonardo Meirelles Alvarenga.

A decisão é do juiz Ivan Costa Freitas, da 8ª Vara Criminal de Vitória. Os envolvidos são acusados pelo Ministério Público de formação de quadrilha, duplicada simulada e estelionato.

A decisão judicial ainda destituiu do cargo o interventor Júlio César da Costa. No lugar dele foi nomeado Antônio Fernando Barroso Ribeiro, engenheiro, perito judicial e membro ha 37 anos da Maranata. O Ministério Público sustenta que Júlio César não é imparcial para ocupar o cargo, já que possui ligação íntima com os denunciados. Ele, inclusive, aparece como gestor do Maanaim, local onde teriam sido praticadas diversas fraudes. Júlio César afirmou que desconhece a decisão, mas a aceita com naturalidade já que o prazo dele a frente do cargo terminaria em cinco dias.

Foto: Nestor Müller
 Nestor Müller


O Ministério Público sustenta na denúncia, acatada pela Justiça, que Gedelti Gueiros, mesmo afastado da presidência do Presbitério, continuava mandando e desmandando na igreja, descumprindo as medidas cautelares decretadas judicialmente. Cita ainda a intimidade entre ele e Júlio César da Costa.

Ao sair do DPJ, Gedelti Gueiros afirmou que não sabia o motivo da prisão dele. “Nem sei o motivo disso. Não sei porque estou sendo preso. Ninguém me disse nada", declarou.

Apontado como o mentor de várias artimanhas, o pastor Amadeu Lopes ocupa uma posição de destaque na cúpula da igreja. Ele, inclusive, conseguiu junto ao interventor, mesmo após ser denunciado, se manter nos meios administrativos do Presbitério.

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Carlos Itamar Coelho Pimenta aparece nos autos como o autor de processos contra a imprensa, que tinham o objetivo de criar obstáculos para divulgação de dados da Igreja. Ele também é denunciado por coagir testemunhas.

Antônio Ângelo Pereira dos Santos, membro da cúpula, Leonardo Meirelles Alvarenga, Antônio Carlos Peixoto, Antônio Carlos Rodrigues de Oliveira, Jarbas Duarte Filho, Wallace Rozetti e Arlínio de Oliveira Rocha são apontados por receberem altas quantias de dinheiro, inclusive em dólar.

Dos 12 pedidos de prisão, a Justiça não acatou dois. Eles foram negados, apesar dessas pessoas terem sido denunciadas pelo Ministério Público. Ao todo são 19 denunciados.

Na decisão, a Justiça aplicou medidas cautelares a outros sete: José Eloy Scabelo, Ricardo Alvim Madela de Andrade, Daniel Amorim, Daniel Luiz Peter, Paulo Pinto Cardoso Sobrinho, Wellington Neves da Silva e Urquisa Braga Neto.

Entre as várias determinações, essa medida cautelar proíbe que os envolvidos deixem a cidade. Eles também deverão permanecer em casa no período noturno e em dias de folga do trabalho, além de terem que entregar o passaporte à Justiça até esta terça-feira (25).

As prisões foram realizadas pelo Grupo de Operações Táticas da Polícia Civil (GOT). Antes de serem levados para o Centro de Triagem de Viana, os nove detidos passaram por exames no Departamento Médico Legal de Vitória. Durante o cumprimento dos mandados, a sede do Presbitério ficou fechada, sob vigilância da Polícia Civil.

Fonte: GazetaOnline

Odlave Sreklow

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