Cuidado.
Ricardo Gondim.
Meus amigo, seja extremamente cauteloso; existe muita gente esperta querendo lhe passar para trás, principalmente, quando escrevem. O perigo da palavra escrita é medonho e se você não cuidar, ficará preso pela jibóia das falácias.
Alguns conselhos meus:
1. Tome muito cuidado com aqueles que antes de escreverem qualquer coisa, sugerem precaução.
2. Tome muito cuidado com aqueles que escrevem o que escutam diretamente de Deus. Lembre-se: quem fala muito com Deus é santo, quem ouve muito Deus falar é esquizofrênico.
3. Tome muito cuidado com pessoas que escrevem dando suas credenciais. Eles começam seus textos mais ou menos assim: “Em meus estudos no doutorado...“. Lembre-se: os argumentos mais poderosos que já se ouviram na história vieram de um carpinteiro.
4. Tome muito cuidado com pessoas que escrevem alicerçando seus argumentos no susto que tomaram com o atrevimento de quem ousa criticar Freud, Marx, Calvino, Santo Agostinho, Caetano Veloso, o Papa Pio XII, ou quem quer que seja.
5. Tome muito cuidado com pessoas que misturam idéias com confrontos pessoais. Eles, muitas vezes, abandonam os argumentos para defenderem a Deus, a santa igreja, a sã doutrina, o partido, a pátria, a raça ou o o clube. Esses tumultuam estádios, fazem fogueira de livros, enfiam estiletes debaixo das unhas e lincham os hereges ameaçadores da ordem, que, ao lado dos pecadores, merecem o inferno.
6. Tome muito cuidado com pessoas que escrevem com argumentos do tipo: “Não se tem notícia de que alguém falou alguma coisa parecida”. Nesse caso, afaste-se imediatamente, porque é gente que pensa conhecer tudo, absolutamente tudo, o que se podia falar sobre qualquer assunto. Fuja, porque esse pessoal considera que, se todo mundo afirmar que o sol gira em torno da terra, um imbecil chamado Galileu jamais poderia dizer o contrário.
7. Tome muito cuidado com pessoas que, antes de escreverem qualquer coisa, são cuidadosas em desmerecer o caráter do outro. Eles possuem uma lógica parecida com a do Saliere no filme “Amadeus”. “Como Deus poderia dar tanto talento a um safado como Mozart?”. Aliás, para elas, ninguém deveria ouvir o devasso Beethoven ou homossexual Tchaikovsky; ler o anti-clerical Machado de Assis ou o comunista Graciliano Ramos (imagina, um comunista?); admirar o adúltero Martin Luther King; gostar do suicida Van Gogh; nem aceitar os argumentos do criminoso Paulo de Tarso.
8. Tome muito cuidado com os textos dos cearenses canhotos e carecas, principalmente se torcerem pelo Corinthians. (Vixi, acabei me denunciando!) Não baixe a guarda nunca, pois: “Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.
Soli Deo Gloria.
Fonte: www.ricardogondim.com.br
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