segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Como vai nossa percepção sobre os outros?





O comportamento humano estudado por psicólogos e psiquiatras até então está limitado ao acompanhamento pessoal e direto, isto é, frente a frente.

Freud acompanhou, estudou e escreveu sobre seus pacientes baseado naquilo que vivenciava no dia-a-dia destes.

A cada nova consulta, a cada novo dilema, a cada novo problema, a cada nova solução.

Será possível conciliar psicanálise/psicologia/psiquiatria ao mundo "conectado"?

Tenho visto diversos analistas fazendo acompanhamento "online" de seus pacientes e não consigo enxergar algo positivo nisto.

Será que você é realmente aquilo que escreve ou tenta demonstrar por trás do monitor?

Será que as pessoas são realmente aquilo que pensamos delas?

Será que nós somos realmente aquilo que outros pensam?
Será que nós somos realmente aquilo que nós mesmos pensamos?

Assisti a uma entrevista no Jô Soares recentemente onde a entrevistada disse que seu blog tornou-se sua sala de terapia. Isso porque ela conseguia analisar e pensar sobre as coisas que escrevia, isto é interessante, faço isso também neste blog.

Porém, analisar o comportamento das pessoas - que não nós mesmos - pelo que elas escrevem ou confessam através da internet não é tão eficaz como se espera.

Sistemas informatizados são criados para identificar comportamentos repetitivos, porém, o ser humano não é tão previsível como se espera.

Nos últimos dias tenho trocado comentários em alguns blogs para ver a reação das pessoas quanto ao que digo, principalmente alguns evangélicos.

Em certa conversa com um pastor, simplesmente pelo fato de informar a ele que não acreditava em seu deus ou simplesmente não estava nem aí para a questão de céu e inferno, o mesmo supostamente me identificou como uma pessoa triste e infeliz.

Em outro comentário onde resolvi postar alguns palavrões e ser intolerante demasiadamente, pude observar que algumas pessoas também definem você como uma pessoa cheia de rancor e muito infeliz.

E em se tratando de opiniões opostas?

Alguns também chegaram a dizer que eu não era feliz somente por ser Flamenguista e que para alcançar a felicidade deveria torcer para o time dele.

Ou aceitar a sua crença, como se acreditar em seu deus fosse condição sine-qua-non para a felicidade.
Na verdade, a convivência humana, dia-a-dia, olho-no-olho nunca poderá ser substituída por uma convivência "digital".

A única forma de sentirmos o que realmente o outro está sentindo é apertando sua mão e olhando em seus olhos.

Em uma mesa de bar, cercado de amigos, tomando aquela cerveja, você pode dizer "vai tomar no cu seu filho da puta e encha meu copo", que o amigo pega a garrafa prontamente e dá milhões de gargalhadas. Isso não pode ser feito por escrito porque se torna uma grande ofensa.
Somos reféns da interpretação nossa de cada dia.

Sem medo e sem necessidade de me "disfarçar" como alguns fazem, já fui o "gente fina", apoiando as ideias de alguém, já fui o "provocador", provocando alguém, já fui o "mal-educado", insultando algumas pessoas, já fui o "boca-suja", esbravejando contra outros, já fui, já fui, já fui por diversas vezes, somente para ver o que você iria dizer.

Estou ficando velho e percebi que não há nada de novo debaixo do céu.

Embora apaguem as minhas "idas", tenho-as guardadas em meus e-mails, para que no futuro possa apresentar aos meus filhos e rirmos juntos.

Continuarei a estudar como sempre fiz, porém deixarei de lado os debates infundados e sem-fim a qual vinha participando que me serviram de aprendizado (e muito).

O que escrevo aqui não o faça para terceiros.

Embora uma minoria diga que tem sido útil.

Continuarei por aqui e só aqui, tentando escrever para que o eu de amanhã possa ler as ideias do eu de ontem.

Foi legal, será legal, estará legal, muito legal.

Ainda bem que inventaram lápis e borracha.


Odlave Sreklow.


10 comentários:

  1. Olá muito obrigado Princesa,

    Tenha uma ótima semana também!!!

    Odlave Sreklow.

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  2. Odlave,

    e qual a análise que você fez de mim quando eu deletei seu comentário que tinha teor ofensivo a alguns crentes que estavam comentando lá no meu blog?

    você foi se vingar de mim me deletando do seu rol de amigos do face? foi vingança mesmo? foi querer nunca mais olhar na minha "cara"? cara, no meu blog sobre teologia eu faço um puto esforço para tentar que os meus amigos crentes fundamentalistas pensem um pouco fora da gaiola deles e faço isso sempre com muito cuidado, pois como você sabe, crente é muito melindroso.

    foi só por isso que eu deletei seu comentário.

    chapa, com certeza numa mesa de bar tomando uma loura gelada você poderia me dizer "edu, vai tomar no cu, esse deus da bíblia é uma invenção" e eu não ia me ofender. mas realmente quando se diz isso à distância, sem o calor da descontração que a presença propicia, soa sim, ofensivo.

    várias vezes eu te pedi para você construir comentários mais articulados que viessem a provar que o argumento contrário era inválido. mas você teimava em apenas xingar, xingar, xingar...isso pode funcionar num bar, mas não numa discussão de blogs.

    tenha certeza que não tenho nenhum sentimento negativo contra você. tu é um puto cérebro e é capaz de fuder com qualquer crentinho não preparado, mas eu não quero fuder os crentes, eu quero convencê-los de certos equívocos pela razão, e até mesmo pela "razão teológica" quando for o caso e na blogosfera, não se faz isso com extremas ironias e xingamentos.

    valeu, abraços

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  3. Edu meu chapa,

    Não estava te analisando, ora bolas, rsrs.

    Nem lembro o que comentei, mas creio que o teor ofensivo fora dirigido a ti e não a seus amigos crentes, lembrei, eu falei que Elvis voltaria, aleluia, isso é ofensivo?

    A questão do facebook é que eu quase não o utilizo e sei que pessoas como você em minha lista de contatos farão eu perder muito tempo por ali, na verdade pretendo excluir minha conta daqui a um tempo, para não perder tempo conforme perdemos horas e horas com nada.

    Sobre comentários articulados, eis a questão!!!

    Porque parei de argumentar? Porque por mais que se argumente, e contra-argumente, dependendo do prisma dos argumentadores a coisa não tem fim, ficou mais interessante fazer o papel do "provocador" nos últimos meses para ver a reação das pessoas, e por incrível que pareça, a reação é pra lá de previsível.

    Com relação a blogs e infinitas trocas de argumentações eu já tinha dito a uns seis meses atrás que não estava mais interessado, inclusive não estarei tão cedo, prefiro escrever para mim mesmo em meu blog do que dar pitaco nos textos dos outros.

    Minha ironia e xingamentos propositais em determinado curso da coisa foi nada mais que uma "greve" de argumentações, no seu caso, principalmente em se tratando de alguns assuntos que beiram ao absurdo mas que você faz questão de defender,decerto que existiram diversos estudiosos sobre os assuntos abstratos apresentados por ti, porém, não deixam de ser abstratos, na maioria das vezes que eu pegava no seu pé era exatamente por isso.

    Era a prova do nada contra o quase-nada.

    Raiva de ti? huahauhau.

    "Vai se ferrar", rsrs.

    Uma coisa eu sei, a cada dia estarei mais distante destas conversas sem-fim, isso sim.

    Mas de vez em quanto aparecerei para mandar alguém "se fuder" e ver sua reação, rsrs.

    Abraços,

    Odlave Sreklow.

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  4. olha, você percebeu que eu não estava defendendo uma volta literal de jesus naquele post. na verdade eu estava contestando essa ideia mas de forma tão "articulada" que uma amiga conservadora publicou no blog dela..kkkk

    e sim, dizer que elvis vai voltar, aleluia, é ofensivo para alguns crentes e para evitar que se começasse uma discussão sim, inútil deles com você, foi que deletei teu comentário.

    e que "assuntos que beiram ao absurdo" são esses que eu fico defendendo? beiram ao absurdo para quem? depende do prisma de quem vê...

    de fato, ficar discutindo temas que dizem respeito à subjetividade religiosa das pessoas é inútil. agora, sacanear essa subjetividade religiosa das pessoas é maldade. é intolerância. é a mesma coisa de um crente vir aqui e ficar saceneando o teu ateísmo.

    você já foi um cristão, e se foi de fato, sabe quais os sentimentos que movem um crente e são esses sentimentos que eu procuro defender contra os ataques inúteis de ateus guerrilheiros como você se tornou.

    sabe, Odlave, tecnicamente, sou tão ateu quanto você. não creio na literalidade dos deuses, seja ele cristão ou de qualquer outra religião.

    nossa diferença é que eu não posso negar ou renegar, esse sentimento que permeia todo o ser humano, mesmo por que, tal sentimento é comprovado psicologicamente, neurologicamente, historicamente e antropologicamente.

    e tecnicamente, crer num único deus, criador, não traz nenhum mal a ninguém.

    creio que o sentimento religioso tem muito a nos oferecer, desde que ele seja devidamente limpo dos dogmatismos da religião. afinal de contas, teoricamente, as religiões sempre defendem o bem, o humano, a dignidade e reprova o mal.

    só quero ajudar meus amigos crentes a perceberem que o dogmatismo é o que mata a religiosidade. e não dá pra fazer isso sacaneando a fé deles.

    será que dá prá entender, oh, seu chato pentelho?

    sugiro que poste estes teus recentes textos lá na confraria. com certeza eles não provocariam discussões inúteis.

    valeu.

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  5. Edu,

    Sobre seu texto "articulado" posso fazer uma alusão ao seu principal problema comigo que é o sentimento e capacidade de transcender às questões óbvias e racionais.

    Você de certa forma apóia a atitude da mulher dizendo que seu deus retornará antes da morte de determinada pessoa, apóia dizendo que a coisa se torna respeitosa e verdadeira porque a pessoa ingenuamente acredita que assim seja.

    Para mim isso é péssimo, ruim, horrível, porque a própria pessoa sabe que nenhum deus está falando com ela, sabe que é coisa da sua cabeça, sabe que é uma tremenda mentira e enganação.

    Como continuarei afirmando, o fato de acreditar assim não torna a sua crença boa ou verdadeira, às vezes estes sentimentos entregam a pessoa à terríveis problemas psicológicos.

    Eu queria muito que viessem crentes aqui sacanear meu ateísmo, até hoje não vi corajosos assim.

    Sim, concordo com relação ao sentimento ser comprovado psicologicamente, neurologicamente, historicamente, antropologicamente e acrescento sexualmente, sim, concordo, o que não concordo é transformarem o objeto do sentimento em algo real, pois nunca o será.

    Por mair que seja sua fé, ela não torna o objeto de sua crença um ser real.

    Tecnicamente, crer em um único deus, criador, faz muito mal sim, é só você pesquisar e verás que são estes os mais problemáticos seres que já pisaram neste planeta. E não estou falando do passado somente, estou falando do dia-a-dia, de hoje.

    O sentimento religioso não tem nada a nos oferecer, pois o mesmo, foi intrínsecamente atrelado ao sentimento de amor, afeto e carinho, estes sim, se fossem colocados em prática, principalmente pelos religiosos, tornaria o planeta melhor.

    É isso, abraços.

    Odlave Sreklow.

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  6. ô cabeça dura,

    tudo bem. eu consigo entender seus argumentos, já você não pode ou não quer entender os meus. essa conversa é de fato, inútil. vamos falar de futebol. e aí, quem você acha que vai ser o campeão do brasileiro este ano...?

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  7. Edu,

    Entender é uma coisa, concordar é outra totalmente diferente.

    Entendo todas as tuas argumentações, porém não concordo, somente isto.

    Outra coisa, crente não tem como sacanear ateus, é só eu dizer que o deus dele é uma fantasia ilusória de sua própria mente que ele sai correndo falando "misericórdia, misericórdia", rsrs.

    Abraços,

    Odlave Sreklow.

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  8. haha eu pagaria dez cevas pra continaur essa discussão, não em nivel teorico-acadêmico, mas nessa psicologia de mesa-de-bar q se me revela as vzs um perfeito setting terapeutico (falando baixinho, hehe) vcs são demais...
    abçs

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  9. Olá Elídia,

    Na verdade você é D+.

    Abraços,

    Odlave Sreklow.

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