Uma pessoa deve ser indicada para a direção da instituição
Vilmara Fernandesvfernandes@redegazeta.com.br
Foto: Nestor Müller
Na segunda-feira, policiais apreenderam documentos e equipamentos no Presbitério
Um interventor pode ser indicado para a direção da Igreja Maranata. Ele ocupará o lugar da equipe que foi afastada na segunda-feira por decisão da Justiça. Ao todo, 26 pessoas, além de empresas, estão sendo investigadas por sua participação num esquema de corrupção que desviou recursos provenientes do dízimo doado por fiéis, um rombo que pode ultrapassar os R$ 21 milhões, segundo estimativas da própria igreja.
Embora não tenha sido estipulado um prazo, está sendo aguardado que a Maranata indique um de seus membros – que não poderá ter relações com as pessoas ou empresas investigadas – para assumir a função. Caso isso não ocorra, a Justiça acatará uma indicação do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, que comanda as apurações.
Desde segunda-feira, o grupo de pastores que comandava a Maranata está impedido de entrar nas áreas administrativas da igreja. Nos locais – incluindo o Presbitério de Vila Velha –, só é permitido o acesso de funcionários.
Embora não tenha sido estipulado um prazo, está sendo aguardado que a Maranata indique um de seus membros – que não poderá ter relações com as pessoas ou empresas investigadas – para assumir a função. Caso isso não ocorra, a Justiça acatará uma indicação do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, que comanda as apurações.
Desde segunda-feira, o grupo de pastores que comandava a Maranata está impedido de entrar nas áreas administrativas da igreja. Nos locais – incluindo o Presbitério de Vila Velha –, só é permitido o acesso de funcionários.
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Veja novamente a série de reportagens que denunciou o esquema da Igreja Maranata
Além dessa restrição, os ex-comandantes sofreram bloqueio de bens e quebra de sigilos bancário e fiscal. Todos estão sendo notificados sobre a proibição de deixarem o Estado durante a apuração do caso.
Embora já tenha sido notificada sobre a decisão da Justiça, a cúpula da igreja que foi afastada informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "só volta a falar sobre o assunto quando surgirem fatos novos sobre a investigação".
ApreensãoNas duas operações realizadas pelo Gaeco e pela Polícia Federal, foram apreendidos documentos e equipamentos no Presbitério; na Fundação Manoel dos Passos Barros, na Serra; e nos Manains de Cariacica, Vila Velha, Serra e Domingos Martins. Foram vistoriadas ainda empresas que prestavam serviços para a Maranata, como a Econtábil, de Leonardo Alvarenga, que, além de diácono, era o contador da igreja no país.
O objetivo das operações é obter mais provas para as investigações iniciadas em fevereiro deste ano, cujas apurações já apontavam o envolvimento da cúpula da igreja no desvio do dízimo. O golpe era viabilizado por notas fiscais frias, que permitiam a retirada de valores do caixa da igreja. Elas eram emitidas por fornecedores do Presbitério da Maranata com valores superfaturados. Há indícios de que empresas foram criadas – em nome de laranjas – para essa finalidade.
As apurações indicam que o dinheiro ia para as mãos de pastores e até de funcionários. Era utilizado na compra de imóveis, em pagamento de contas pessoais e na compra de dólares, enviados para o exterior na mala dos fiéis. Também foram comprados equipamentos eletrônicos no exterior sem pagamento de impostos.
Os envolvidos estão sendo investigados por formação de quadrilha, falsidade ideológica, tráfico de influência, estelionato e lavagem de dinheiro.
Grupo que denunciou esquema garante não guardar rancorFoi um grupo de fiéis que denunciou as fraudes praticadas pela cúpula da Igreja Maranata, no final do ano passado. Inconformados com a situação, eles procuraram a imprensa e os órgãos de investigação. "Éramos da igreja, mas nunca aceitamos a imposição do erro", destaca o advogado Leonardo Schuler.
Por suas denúncias, relata Schuler, o grupo que ele representa foi perseguido e teve que deixar a igreja. "Sofremos muito, mas tudo o que denunciamos está sendo comprovado pelas investigações", acrescentou o advogado.
Eles garantem que não guardam rancor ou ódio dos fiéis que permaneceram na igreja. "Nossa luta sempre foi contra os que ludibriaram os fiéis, contra os que sequestraram a fé em nome de Deus", explicou Schuler.
Para os que permaneceram na Maranata, os últimos dias têm sido de muita reflexão e oração, segundo relata Geniffer Souza, 43, que frequenta o templo de Itacibá, em Cariacica. "Esperamos por explicações. Estamos orando para que tudo seja esclarecido", destacou.
Ela relata que muitos fiéis abandonaram a igreja por se sentirem traídos, mas diz que a maioria que permanece na denominação. "Estou firme. Esta sempre foi uma igreja séria, idônea e respeitada. Daí a importância de que tudo fique esclarecido", pontuou Geniffer, que passou 26 anos na igreja.
Ela lembra que na Maranata o dízimo não é obrigatório, que não há recolhimento de ofertas e que os pastores não recebem salários. "É tudo voluntário", frisa. Mas nenhum fiel sabe o que acontece, de fato, com o dízimo. "Vai para o Presbitério, mas não sabemos como são tomadas as decisões por lá", diz Geniffer.
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Além dessa restrição, os ex-comandantes sofreram bloqueio de bens e quebra de sigilos bancário e fiscal. Todos estão sendo notificados sobre a proibição de deixarem o Estado durante a apuração do caso.
Embora já tenha sido notificada sobre a decisão da Justiça, a cúpula da igreja que foi afastada informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "só volta a falar sobre o assunto quando surgirem fatos novos sobre a investigação".
ApreensãoNas duas operações realizadas pelo Gaeco e pela Polícia Federal, foram apreendidos documentos e equipamentos no Presbitério; na Fundação Manoel dos Passos Barros, na Serra; e nos Manains de Cariacica, Vila Velha, Serra e Domingos Martins. Foram vistoriadas ainda empresas que prestavam serviços para a Maranata, como a Econtábil, de Leonardo Alvarenga, que, além de diácono, era o contador da igreja no país.
O objetivo das operações é obter mais provas para as investigações iniciadas em fevereiro deste ano, cujas apurações já apontavam o envolvimento da cúpula da igreja no desvio do dízimo. O golpe era viabilizado por notas fiscais frias, que permitiam a retirada de valores do caixa da igreja. Elas eram emitidas por fornecedores do Presbitério da Maranata com valores superfaturados. Há indícios de que empresas foram criadas – em nome de laranjas – para essa finalidade.
As apurações indicam que o dinheiro ia para as mãos de pastores e até de funcionários. Era utilizado na compra de imóveis, em pagamento de contas pessoais e na compra de dólares, enviados para o exterior na mala dos fiéis. Também foram comprados equipamentos eletrônicos no exterior sem pagamento de impostos.
Os envolvidos estão sendo investigados por formação de quadrilha, falsidade ideológica, tráfico de influência, estelionato e lavagem de dinheiro.
Grupo que denunciou esquema garante não guardar rancorFoi um grupo de fiéis que denunciou as fraudes praticadas pela cúpula da Igreja Maranata, no final do ano passado. Inconformados com a situação, eles procuraram a imprensa e os órgãos de investigação. "Éramos da igreja, mas nunca aceitamos a imposição do erro", destaca o advogado Leonardo Schuler.
Por suas denúncias, relata Schuler, o grupo que ele representa foi perseguido e teve que deixar a igreja. "Sofremos muito, mas tudo o que denunciamos está sendo comprovado pelas investigações", acrescentou o advogado.
Eles garantem que não guardam rancor ou ódio dos fiéis que permaneceram na igreja. "Nossa luta sempre foi contra os que ludibriaram os fiéis, contra os que sequestraram a fé em nome de Deus", explicou Schuler.
Para os que permaneceram na Maranata, os últimos dias têm sido de muita reflexão e oração, segundo relata Geniffer Souza, 43, que frequenta o templo de Itacibá, em Cariacica. "Esperamos por explicações. Estamos orando para que tudo seja esclarecido", destacou.
Ela relata que muitos fiéis abandonaram a igreja por se sentirem traídos, mas diz que a maioria que permanece na denominação. "Estou firme. Esta sempre foi uma igreja séria, idônea e respeitada. Daí a importância de que tudo fique esclarecido", pontuou Geniffer, que passou 26 anos na igreja.
Ela lembra que na Maranata o dízimo não é obrigatório, que não há recolhimento de ofertas e que os pastores não recebem salários. "É tudo voluntário", frisa. Mas nenhum fiel sabe o que acontece, de fato, com o dízimo. "Vai para o Presbitério, mas não sabemos como são tomadas as decisões por lá", diz Geniffer.
Fonte: A Gazeta
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