quinta-feira, 18 de março de 2010

O ARMÁRIO DOS ATEUS

Achei interessante este texto retirado do Blog do Kelmer.
É impressionante como os ateus refutam Deus com base na religião existente.

O que tenho aprendido com isto?

Tenho aprendido que:

De um lado estão os religiosos que criaram um "deus" imaginário,
um "deus" oráculo a quem devemos perguntar tudo,
um "deus" malvado que quer nos castigar,
um "deus" egoísta que escolhe pessoas,
um "deus" maluco que mata com ondas gigantes,
um "deus" tarado que se preocupa quase que constantemente com pênis e vagina,
um "deus" que não sabe nem quem é Deus.

Do outro estão os ateus que refutam este "deus" imaginário.
Os argumentos ateístas são sempre os mesmos e, os argumentos dos religiosos são também os mesmos.

Estes religiosos (na sua maioria cristãos católicos/evangélicos) não perceberam que estão defendendo um "deus" imaginário, e os ateus também não conseguem perceber que o "deus" que estão negando não existe.

E quanto a Deus? O que pensa nesta hora? O que ele pensa eu não sei, mas, sei o que eu penso, e você, o que pensa?

Segue texto:

O ARMÁRIO DOS ATEUS


A ONU, através de seu Relatório do Desenvolvimento Humano de 2005, apontou os países cujas sociedades são as mais saudáveis do mundo, segundo os indicadores de expectativa de vida, alfabetização, renda per capta, nível educacional, igualdade entre os sexos, taxa de homicídio e mortalidade infantil. São eles: Suécia, Dinamarca, Noruega, Islândia, Canadá, Suíça, Bélgica, Japão e Holanda. Mas esses países têm mais um ponto em comum: eles estão entre os menos religiosos do planeta. 

Em 2005 e 2006, o sociólogo estadunidense Phil Zuckerman morou durante 14 meses na Escandinávia e entrevistou, em profundidade, 149 dinamarqueses e suecos de todas as classes sociais. Ele escolheu Suécia e Dinamarca porque queria descobrir como os dois países menos religiosos do mundo podiam ser os que possuíam os mais altos índices de qualidade de vida, com economias fortes, baixas taxas de criminalidade, alto padrão de vida e igualdade social. Sua pesquisa está em seu livro Society without God – What the Least Religious Nations can tell us about Contentment (Sociedades sem Deus – O que as nações menos religiosas podem nos dizer a respeito da satisfação). “Eu quis mostrar aos meus conterrâneos norte-americanos que é possível que uma sociedade seja relativamente irreligiosa e, ainda assim, forte, saudável, moral e próspera”, explicou Zuckerman numa entrevista.

Os dados da ONU e a pesquisa de Phil Zuckerman desmentem uma velha crença dos religiosos e teístas, a de que uma sociedade sem Deus fatalmente descambará pra criminalidade e infelicidade geral. Os defensores desse tipo de argumento creem que somente a religião pode dotar o indivíduo de valores morais sólidos. A realidade, porém, não sustenta essa tese, e nem é preciso recorrer a pesquisas: dê uma olhada nas notícias ou lembre das pessoas que você conhece e encontrará tanto ateus e religiosos honestos quanto ateus e religiosos trambiqueiros. Toc.

Caso o Brasil mantenha sua curva ascendente de desenvolvimento, continuará aumentando em sua população o percentual de ateus e não-religiosos, que era menos de 1% em 1970 e hoje é aproximadamente 7,5% (censo IBGE 2000). Com isso ateus e não-religiosos terão mais visibilidade na sociedade, ganharão maior representatividade, inclusive política, e sofrerão menos preconceito. Toc, toc.

Muita gente que se diz religiosa está apenas repetindo o que aprendeu na infância, sem se dar conta de que poderia ter outra religião caso houvesse nascido em outro país ou crescido com outra família. Muita gente adoraria largar sua religião ou assumir-se ateu mas tem medo da desaprovação e do preconceito que pode sofrer. De fato, não é fácil ser minoria. Porém, assim como os homossexuais e os negros conquistaram seus direitos, os ateus e não-religiosos precisam se assumir pra que possam também ser vistos, respeitados e votados. Como nos mostram os suecos e dinamarqueses, não é a crença em deuses mas sim o respeito à dignidade humana o valor imprescindível à saúde e prosperidade de uma sociedade.
Toc, toc, toc. É hora de sair do armário.


9 comentários:

  1. Nos faz engulir seco, e repensar a religião que vivemos. Infelizmente, as religiões estão repletas de fariseus (como os da época de Jesus), que por fora são santos, mas seu interior é cheio de podridão. O quê explica por quê esta falsa religião não muda nada.

    E não é que Deus fez nascer filhos de Abraão das pedras, e estas pedras estão clamando?

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  2. Oi Odlave, beleza? li seu comentário lá na Confraria e vim fazer uma visita. Já li o texto com a sua experiência nos bancos de igreja, e é realmente parecido com muitos outros.

    Sobre esse texto, gostei mesmo da sua frase:

    "Estes religiosos (na sua maioria cristãos católicos/evangélicos) não perceberam que estão defendendo um "deus" imaginário, e os ateus também não conseguem perceber que o "deus" que estão negando não existe."

    Nesse sentido que você coloca eu também sou ateu, pois não creio no deus dos evangélicos, nem mesmo no deus da bíblia, visto que nem mesmo a bíblia pode contê-lo, definí-lo, revelá-lo, dizer absolutamente que ele é assim e assim. Sei que pode ser uma afirmação forte para você, mas é esse meu entendimento.

    Agora, relacionar baixa religiosidade a alto padrão de vida me parece descabido. Max Weber, curiosamente, levantou uma tese exatamente oposta a essa no seu "O espírito do capitalismo..."

    Esses países alcançaram seu nível atual de progresso por vários outros fatores, e não porque não vão à igreja todos os domingos.

    Por outro lado, concordo plenamente que para alguém ser um bom cidadão, ético e pessoa de bem, não precisa crer em nada sobrenatural. Basta crêr na humanidade.

    Vou estar sempre por aqui, Odlave. Se quiser me dar a honra da sua visita na minha sala, esteja à vontade. E continue participando da nossa Confraria.

    Abraços

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  3. Eduardo,

    Até a parte onde está escrito "segue o texto" foi escrito por mim, abaixo é o conteúdo de uma pesquisa.

    Normalmente estas pesquisas são bem definidas. Neste caso o contexto a base foi:
    "descobrir como os dois países menos religiosos do mundo podiam ser os que possuíam os mais altos índices de qualidade de vida, com economias fortes, baixas taxas de criminalidade, alto padrão de vida e igualdade social."

    Demais fatores foram descartados para esta pesquisa. Não necessariamente isto quer dizer que não existam demais fatores.

    Beleza?

    Mas para sacanear um pouco, gostaria de dizer:
    Creio que menos templos geram menos dízimo, que, geram menos pastores milionários e uma maior distribuição de riquesas para a sociedade.
    No fundo, no fundo, o "evangeliquês" come boa parcela da receita nacional e não paga impostos.

    Abraços.

    Odlave Sreklow.

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  4. Prezado Odlave



    Sou grato por sua passagem e seu comentário lá no "Ensaios & Prosas"

    Lia alguns textou seus, e pude notar que tenho uma linha de pensamento muito parecida com a sua.

    Doravante ficarei acompanhando o seu blog

    Abraços,

    Levi B. Santos

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  5. Levi,

    Me sinto honrado com tua presença neste humilde recanto.

    Também estarei acompanhando teus escritos, sei que irão me fazer muito bem.

    Abraços.

    Odlave Sreklow.

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  6. Odlave, vou postar um ensaio lá no meu blog usando esse mesmo texto base, acho que você vai gostar rs

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  7. Querido irmão Odlave,

    Gostei do seu texto, mas me permito fazer apenas uma ressalva. Eu tenho os dois pés atrás com essas estatísticas que logo associam uma premissa a uma conclusão sem que elas sejam lógica e imediatamente relacionadas. Não acredito que o fato de uma ou outra nação ser majoritariamente ligada a uma determinada religião possa lhe garantir características boas ou más de desenvolvimento. São tantos os fatores envolvidos, como clima, nível de educação, relevo, vontades políticas ao longo dos séculos, bons governantes, pragas agropecuárias, epidemias, quantidade de população, etc. etc., que me assusta retirar um só desses fatores e considerá-lo isoladamente como causa da bênção ou da desgraça de um povo (vide Pat Robertson e o Haiti).

    A miséria humana me parece algo tão forte e contagiosa, que a fase turbulenta por que passa a igreja evangélica brasileira (e mundial como um todo) se explica (mas não se justifica) pelo imediatismo de se atender a necessidades de consumo não tão básicas assim, e em "consumo" incluo não só os bens materiais, mas também a alta carga de "consumismo" humano que vivemos, em que as pessoas tentam compensar o stress e a angústia diária descarregando nos outros as suas frustrações, nem que para isso seja necessário se servirem delas. Enfim, acho que o buraco é mais embaixo!

    Um grande abraço!

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  8. Boa tarde Odlave,recebi sua resposta pelo e-mail como você pediu,faço meu comentário aqui tambem será bem simples:-
    Adorei no texto, principalmente o"""TOC,TOC,TOC.É hora de sair do armario"""......Considerando somente os adeptos ao cristianismo Pós-Jesus,envolvidos aos diversos movimentos religiosos que vieram depois Dele,tem muita,muita,muita gente dentro de um armário e alguns poderia dizer dentro de cofres fortissimos tomando conta do suado dinheirinho de um povo simples humilde, que tem ajudado a muitos lideres(lobos em pele de cordeiro)a ajuntarem fortunas e se tornarem cada vez mais poderos,talves esperando quem sabe um maluco dizer que descobriu uma maneira de viver eternamante aqui neste mundo é claro,aí quem sabe eles possão sair do armario ou melhor de seus(cofre-forte)TOC,TOC,TOC....eu já tô fora!!!

    Um forte abraço,não esqueça comentar o salmo 133:1

    Luiz Carlos

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  9. Hélio,

    Obrigado por sua visita.

    Gostaria de observar que o foco da pesquisa da ONU foi:
    "apontou os países cujas sociedades são as mais saudáveis do mundo, segundo os indicadores de expectativa de vida, alfabetização, renda per capta, nível educacional, igualdade entre os sexos, taxa de homicídio e mortalidade infantil".

    A questão de serem países menos religiosos do planeta veio em uma observação secundária, entendido?

    Um sociólogo americano que fez um estudo em cima de dois destes países (provavelmente por estar cansado de ouvir que o sucesso dos EUA é devido ao fato de ser um país muito religioso).

    Concordo em gênero e grau quanto ao buraco ser mais embaixo, mas acrescento, é infinitamente mais embaixo.

    Acredito que a religião é um dos fatores de "empobrecimento social", vide texto:

    "Parte do dinheiro arrecadado é usado para financiar campanhas. É só reparar no aumento dos candidatos evangélicos e no fato de os não-evangélicos cortejarem as igrejas nas campanhas."
    Em: http://OdlaveSreklow.blogspot.com/2010/03/templo-e-dinheiro.html

    Abraços.

    Odlave Sreklow.

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