Quando estudamos a história de alguma civilização antiga e suas guerras não podemos deixar de observar que a nação vencedora das batalhas não apenas derrotava os homens, mas também seus deuses.
Deuses dos povos conquistados eram desmoralizados, transformados em demônios ou mitos, enquanto os deuses dos povos que ganhavam a guerra eram inseridos garganta abaixo dos derrotados.
Os povos primitivos acreditavam em diversos deuses, um para cada necessidade.
Havia um deus para ajudar na pesca, outro para ajudar na caça, outro para fertilidade da mulher, outro para fertilidade da terra, chuva, sol, lua, etc.
O judaísmo trouxe uma idéia iniciada no Egito, da existência de apenas um Deus, tornado-se uma forte religião monoteísta.
O monoteísmo trouxe consigo diversas dificuldades, como a separação do bem e mal em duas divindades, sendo Jeová e Satan.
Uma religião monoteísta depende da necessidade da existência de outros seres místicos, como anjos e demônios além do seu deus.
Por sua vez, o "cristianismo" como religião, adotando a idéia judaica, acrescenta novos deuses para suprir esta necessidade.
Surgem assim, as figuras do filho de Deus, do espírito de Deus, de uma mulher (que fora fecundada pelo deus dos judeus) e diversos homens conhecidos como santos e alguns conhecidos como mártires ou heróis cristãos.
Por sua vez, o cristianismo tenta unificar as três pessoas apresentadas como uma só para evitar uma idéia de politeísmo. Esse mix de pai, filho e espírito complicou ainda mais a situação. Porque, a quase dois mil anos da religião cristã e ainda não há uma definição sobre estes três personagens (que são três e ao mesmo tempo um só, que por sua vez, este um é três - bastante confuso, não?).
Iniciando uma nova religião, com um novo personagem sendo apresentado como o salvador de toda raça humanda, os cristãos teriam que apresentar um deus melhor do que aqueles que já existiam.
Tiveram que acrescentar em um único deus, características existentes em diversos deuses primitivos (sejam gregos, romanos, celtas e nórdicos, além de outros).
Neste momento venho citar algumas características de Jesus cujo escritor dos textos cristãos, menciona com a necessidade de o tornar melhor que Poseidon o deus dos mares da mitologia grega, igualmente a Netuno, o deus dos mares romano e Vellamo, a deusa das águas da mitologia finlandesa.
Poseidon 550-525 a.C.
Depositada no Louvre
Poseidon, estátua grega no
Museu Arqueológico Nacional de Atenas.
Jesus Cristo andando sobre as águas.
Tentativa dos escritores cristãos de apresentar um deus que pudesse assumir o lugar de senhor dos mares.
Poseidon.
Jesus Cristo X Poseidon
Na Ilíada, Poseidon aparece-nos como o deus supremo dos mares.
Comandando além das ondas, correntes e marés, as tempestades marinhas e costeiras.
Seu poder estende-se às nascentes, lagos e rios.
Também era dono da magnífica ilha de Atlântida.
Os navegantes oravam a ele por ventos favoráveis e viagens seguras, mas seu humor era imprevisível podendo provocar tempestades, maus ventos e maremotos por simples capricho.
Nos escritos cristãos, teriam que relatar algo explêndido para poder apresentar aos gregos e romanos como uma substituição ao seu deus dos mares. Havia também a necessidade de substituir uma personalidade do próprio deus judeu que por diversas vezes no velho testamento foi o autor de tempestades e destruição (Is 28:2;Jó 27:20-22).
No livro de Mateus, da bíblia cristã, Jesus Cristo, com apenas um gesto, faz uma tempestade cessar (Mat 8:24).
Esta cena se repete em Lucas 8:23.
Enquanto Poseidon era o Deus grego responsável pela segurança dos navegantes, assim como Netuno para os romanos, agora os cristãos teriam uma história semelhante para contar.
Eles podiam acreditar em um deus que, ao levantar uma das mãos, poderia fazer qualquer tempestade parar, mesmo se fosse Poseidon quem tivesse iniciado a mesma por uma irritação qualquer.
Era uma maneira de dizer que seu deus era melhor que o dos outros povos.
Odlave Sreklow.
Imagens:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pos%C3%ADdon
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